Belém será a capital mundial do meio-ambiente, de 10 a 21 de novembro.
A COP (Conferência das Partes) é a reunião anual do órgão máximo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), onde os países signatários discutem, negociam e tomam decisões sobre as ações necessárias para combater as mudanças climáticas e limitar o aquecimento global.
O governo federal e o governo do estado do Pará estão realizando investimentos pesados para receber a COP 30. A população de Belém receberá um legado importante em infraestrutura e serviços. Mas, para além do ganho material, há o legado intangível ao sediar um evento dessa magnitude.
Lembro-me de um diálogo entre mim e o príncipe Albert II, de Mônaco, membro do Comitê Olímpico e, portanto eleitor da cidade que seria a anfitriã dos Jogos Olímpicos de 2016, no dia 3 de outubro de 2009, em Copenhague, quando o Rio de Janeiro venceu Madri, Tóquio e Chicago na disputa pela sede do evento. O monarca me perguntou, na sessão de perguntas e respostas da nossa comitiva, qual seria o maior legado que os Jogos deixariam para a cidade. Não titubeei em responder à Sua Alteza que, para além do legado físico, o mais importante legado seria a autoestima do povo sul americano que, pela primeira vez na história, iria receber o maior evento do planeta.
Pois a Região Amazônica será sede, pela primeira vez, do maior evento ambiental do planeta. Quantas vezes, nos 29 eventos anuais anteriores da COP, a Amazônia foi citada? Milhões de vezes! Pois agora os dirigentes das nações participantes sentirão e viverão a vida amazônica.
Fico chocado com matérias preconceituosas sobre a viabilidade de o evento ocorrer com sucesso, em Belém. Assim como me chocam o desdém do governo norte-americano com a pauta ambiental e as declarações preconceituosas de algumas delegações, como a austríaca, cujo governo de direita reclama das condições de hospedagem com viés, no fundo, preconceituoso.
Todos os eventos de grande proporção geram conflitos entre os meios de hospedagem e os participantes. Não é exclusividade de Belém. Acredito que o governo do presidente Lula e o governador Hélder Barbalho e sua equipe chegarão a bom termo com todas as modalidades de hospedagem da cidade e do seu entorno. E que será um grande evento.
É hora dos que decidem para onde vai o nosso destino enquanto planeta conhecer a Amazônia, conviver com o seu povo diverso, verificar suas necessidades e apreensões e, o mais importante, ser solidários de verdade na proteção da maior floresta do mundo.
*Jornalista. Instagram:
@sergiocabral_filho
