Em um país ainda marcado por desigualdades históricas no acesso à educação, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa mais do que uma política pública: é um direito, uma reparação e uma nova chance para milhões de brasileiros. A recente pesquisa divulgada pelo Ministério da Educação, em parceria com a Unesco, evidencia com números o que já se sabia por experiência: retomar os estudos na vida adulta transforma vidas.
Nunca é tarde para aprender. E nunca foi tão urgente acreditar nisso.
O estudo mostra que aqueles que voltam à sala de aula por meio da EJA colhem frutos concretos. São ganhos em renda, acesso ao trabalho formal e ocupações de maior qualidade. Para quem conclui a alfabetização, por exemplo, o aumento médio de renda chega a impressionantes 23% entre os adultos com mais de 46 anos. No ensino fundamental e médio, os impactos positivos se multiplicam: mais empregabilidade, mais dignidade, mais autonomia. Não é só uma questão de currículo, é uma questão de futuro.
Esses números não são apenas estatísticas. São histórias reais de superação. São mães, pais, avós, trabalhadores informais, desempregados, jovens que interromperam os estudos por necessidade ou falta de oportunidade. São brasileiros que decidiram que não é tarde demais para tentar de novo — e que encontram na EJA uma porta aberta.
A educação de jovens e adultos precisa ser tratada como prioridade estratégica. O Pacto Nacional de Superação do Analfabetismo e Qualificação de Jovens e Adultos, com a previsão de 3,3 milhões de novas matrículas e um investimento de R$ 4 bilhões em quatro anos, é um passo importante.