A recente iniciativa conjunta da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Rio de Janeiro (OAB-RJ) e do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) marca um passo firme e necessário no combate ao chamado golpe do falso advogado. Em um cenário em que a confiança nas instituições jurídicas é fundamental para a manutenção do Estado de Direito, ações concretas como essa são não apenas bem-vindas, mas imprescindíveis.
A prática criminosa que se vale da identidade de supostos advogados para enganar cidadãos, roubar dados e desviar valores de processos judiciais já provocou milhares de prejuízos financeiros e emocionais. Ao se infiltrar nos sistemas de Justiça, esse tipo de golpe mina a segurança jurídica, compromete a imagem da advocacia e afeta diretamente a população que busca seus direitos por vias legais.
Diante desse cenário, a decisão do TJ-RJ e da OAB-RJ de adotar medidas como a autenticação em duas etapas para acesso aos processos, a inserção de marca d'água com a identificação do advogado em documentos judiciais e a limitação de filtros de pesquisa nos sistemas judiciais demonstra zelo e compromisso com a integridade dos serviços públicos e da própria Justiça.
Mais do que reações pontuais, essas medidas representam um avanço institucional. Mostram que é possível, sim, modernizar com responsabilidade e responder com eficácia às ameaças digitais que desafiam o sistema jurídico. A proteção dos dados e da identidade dos profissionais do Direito, assim como das partes envolvidas nos processos, precisa ser permanente e dinâmica.
Também é digno de nota o investimento em educação preventiva, com a produção de cartilhas e campanhas de conscientização. A sociedade precisa ser parceira nesse processo. Informar é empoderar, e somente uma população bem orientada poderá reconhecer e evitar armadilhas que simulam a linguagem jurídica, mas escondem intenções criminosas.
Em tempos de crescente sofisticação dos crimes virtuais, cabe às instituições se reinventarem para garantir segurança sem comprometer a celeridade processual. A iniciativa fluminense é um exemplo que pode e deve ser seguido por outros estados. Porque, no fim, defender a Justiça é defender a cidadania.