Google, Instagram e a nova era da busca multimodal

Estamos vivendo uma virada histórica no ecossistema digital: a era da busca multimodal.

Com os avanços da inteligência artificial e da indexação semântica, o Google deixou de priorizar apenas textos em páginas tradicionais e passou a considerar, de forma ativa, conteúdos visuais, audiovisuais e sociais em seus resultados orgânicos.

O Instagram, antes visto como uma rede social “fechada”, desde julho de 2025, tem perfis públicos profissionais (Business e Creator) indexados no Google e no Bing. Isso significa que posts, Reels e carrosséis publicados a partir de janeiro de 2020 podem aparecer diretamente nas buscas, segundo pesquisa apresentada no Reshift Media.

Na prática, o feed, os Reels e até a bio de um perfil público já podem ser planejados com lógica de ranqueamento.

“O Google está cada vez mais multimodal. Isso exige que os estrategistas pensem em conteúdo como experiência semântica rastreável, capaz de dialogar com diversos algoritmos ao mesmo tempo”, afirma Guilherme Messias de Oliveira, Estrategista Digital.

Da web de links à web de contextos

O SEO sempre foi baseado em texto estruturado, backlinks e palavras-chave. Mas, com a explosão de vídeos curtos, imagens, podcasts e plataformas sociais, o comportamento do usuário mudou, e o Google mudou junto.

Com ferramentas como Google Multisearch e SGE (Search Generative Experience), o motor de busca agora:

- Reconhece imagens, vídeos e áudios como elementos centrais da busca;

- Indexa conteúdos de redes sociais públicas com base em relevância contextual e engajamento;

- Interpreta intenção e profundidade, não apenas palavras exatas.

“Não é mais sobre a palavra exata. É sobre o contexto completo. O Google quer oferecer a melhor resposta, seja ela um artigo, um carrossel do Instagram ou um vídeo de 60 segundos”, destaca Guilherme Messias.

Instagram na SERP: o que já está acontecendo

De acordo com estudos recentes disponibilizados na Rocket Tools, os conteúdos do Instagram que já aparecem no topo das buscas incluem:

- Carrosséis informativos com legendas otimizadas;

- Reels com títulos estratégicos e legendas claras;

- Bios com palavras-chave bem definidas;

- Perfis que respondem buscas locais ou temáticas (ex: restaurantes, consultores, academias).

Em muitos casos, esses posts ultrapassam blogs menores nos resultados, graças ao alto engajamento e ao formato multimodal (texto + imagem + vídeo + comentários).

Cases que ilustram a nova realidade

Um exemplo recente apresentado no Truth Tree mostra a força dessa transformação. Uma escola independente nos Estados Unidos passou a aparecer em buscas do Google para termos como “best private schools in New Jersey with arts programs”, não por meio de seu site institucional, mas através de Reels e carrosséis no Instagram.

Esses conteúdos, otimizados com legendas claras, geotags e narrativa visual, funcionaram como minilanding pages, atraindo pais em busca de escolas antes mesmo de acessarem o site oficial.

Outro caso, apresentado no Social Snowball, foi registrado em análises recentes: um Reels otimizado para a expressão “business ideas” conquistou a 3ª posição no Google, logo abaixo de um artigo da Shopify. Isso comprova que conteúdo social bem planejado pode competir diretamente com blogs e portais tradicionais em termos de visibilidade e autoridade.

O futuro da visibilidade é híbrido

Esses exemplos reforçam que vivemos o fim da divisão entre SEO técnico e conteúdo social criativo. Agora, são dois lados de uma mesma moeda, que precisam ser desenhados de forma coerente e integrada.

“O conteúdo visual e emocional do Instagram pode, e deve, ser planejado com a mesma seriedade de um blog ou landing page. O futuro da autoridade digital é híbrido, sensorial e baseado em contexto”, afirma Guilherme.

Reflexão para profissionais da nova Era Digital

Você está otimizando seus conteúdos apenas para o algoritmo da rede social? Ou já entendeu que a disputa pela atenção e pela autoridade digital agora também passa pelo maior motor de busca do mundo?

Quem entender essa mudança primeiro terá uma vantagem significativa: a de transformar cada publicação em um ativo de busca multimodal.