Fraude do INSS: uma conta que não fecha

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Uma conta que não fecha. Como entender que uma fraude que, a princípio, implicou um 'rombo' estimado em R$ 6,3 bilhões, em descontos indevidos do INSS contra aposentados e pensionistas, agora não deve superar R$ 2 bilhões reembolsáveis aos lesados, conforme admitiu, há pouco, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad? Há quem diga que o descalabro financeiro de vários anos e sancionado pela gestão petista, possa ser bem maior. Mas a 'cereja do bolo' da desfaçatez palaciana é a declaração do presidente da autarquia, Gilberto Waller Júnior, de que o 'ressarcimento' deve ocorrer até dezembro deste ano.

De qualquer forma, a previsão de Haddad - que ganhou a alcunha de Taxad - se limita à categoria de 'pitaco', até porque o Executivo federal continua a não ter a menor ideia do quanto, de fato, o aparato previdenciário 'tungou' da faixa mais vulnerável (e que mais contribuiu) da população. Enquanto o 'enigma' não é elucidado, na hipótese de a 'viúva' ter de sacar os cofres públicos (de nossos impostos, diga-se de passagem), Brasília ameaça recorrer à uma 'ação regressiva', para cobrar os valores das associações fraudulentas.

Na reunião do CNPS (Conselho Nacional da Previdência Social), nessa terça-feira (27), a título de demonstrar 'lisura', o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, 'excluiu' a participação de representantes das associações de aposentados investigadas pela Polícia Federal (PF).

"Tivemos iniciativa de solicitar que investigadas fizessem afastamento provisório, sem violar a presunção de inocência. Apenas repetimos o que foi feito pelo próprio ex-ministro Carlos Lupi, que mesmo sem ser citado em nada optou por esse afastamento", justificou Queiroz. Mas como em Pindorama, 'há jeito para tudo', os representantes-substitutos de centrais suspeitas participarão dos próximos encontros do CNPS.

Outro escândalo 'no forno' pode vir da reclamação do membro da CNC (Confederação Nacional do Comércio), Helio Queiroz da Silva, ao protestar contra o resultado do leilão do INSS para gerenciamento de sua folha de pagamento, vencido pela Crefisa, alvo de denúncia da seção de São Paulo da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).