Trenzinho do Parque
Nos anos 1980, antes dos vídeos virais e da fama da Carreta Furacão, Brasília já tinha seu próprio "trenzinho da alegria". Era o Trenzinho do Parque da Cidade Sarah Kubitschek, que rodava devagar pelos 12 km da pista interna e fazia a festa da criançada — e de muitos adultos também. O veículo parava 16 vezes, sempre perto dos banheiros ou dos estacionamentos, levando os brasilienses num passeio tranquilo ao redor do maior parque urbano da América Latina.
Hoje, esse trenzinho não existe mais. A pista onde ele circulava foi ocupada por novos frequentadores: corredores, ciclistas, patinadores e famílias que só querem curtir um dia ao ar livre. O espaço cresceu e ganhou até uma ciclovia própria, com 10 km, mão dupla e sinalização para quem prefere as bikes.
As lembranças, no entanto, continuam vivas na memória dos brasilienses. Nas redes sociais, sempre que o tema é mencionado, não é difícil encontrar usuários compartilhando as aventuras da época, como era comum ser expulso pelos seguranças quando tentavam pedalar na "pista do trenzinho". Pelos relatos, as pessoas recordam que pegavam carona nas paradas dos banheiros e, para isso, pagavam algumas moedas para dar uma volta que parecia mágica na infância.
Diferente da Carreta Furacão, que virou sucesso no país com suas danças e personagens, o trenzinho do Parque era mais simples. Mas, para quem viveu a Brasília daquela época, ele representava um tempo em que a cidade era menor, mais calma e com espaços pensados para momentos coletivos de lazer.
Hoje, o Parque segue vivo e pulsante, mas sem seu velho trenzinho. Fica a pergunta: será que não seria hora de resgatar essa memória e adaptá-la aos novos tempos? Afinal, Brasília também é feita dessas pequenas voltas que marcam gerações.