As altas temperaturas que assolam grande parte do Brasil, sobretudo a região Sudeste, não são apenas um incômodo — representam um risco real à saúde. Com recordes sucessivos de calor e sensação térmica beirando o insuportável, o mínimo que se espera de instituições públicas e privadas é que flexibilizem suas regras para garantir o bem-estar de seus colaboradores.
O argumento é simples: se as condições climáticas são extremas, as condições de trabalho também precisam se adaptar. Permitir intervalos mais frequentes para hidratação, flexibilizar o código de vestimenta para peças mais leves e oferecer horários alternativos, evitando os períodos mais quentes do dia, são medidas básicas, mas ainda negligenciadas por muitas empresas.
Além disso, é inaceitável que, em pleno século XXI, ainda existam locais de trabalho sem ar-condicionado ou ventilação adequada. Ambientes fechados e superlotados se tornam verdadeiras estufas, elevando os riscos de desidratação, queda de pressão e mal-estar.
O fornecimento de água potável, áreas de descanso climatizadas e proteção contra o sol para trabalhadores expostos ao ar livre deveriam ser obrigações inegociáveis.
A produtividade, ao contrário do que alguns gestores acreditam, não se sustenta com regras rígidas e ambientes hostis. Pelo contrário: um funcionário que se sente respeitado e cuidado tem mais disposição e rendimento.
O calor extremo não pode ser tratado como um detalhe irrelevante, mas como um fator que exige mudanças urgentes no ambiente de trabalho. Bem como as adpatações não são luxos, mas necessidades.