Depois da França, parece que a Alemanha seguirá o mesmo caminho de crise política interna. O voto de desconfiança e a possível dissolução do Parlamento mostra que o governo de Olaf Scholz entrou em rota de colisão não apenas com a coalizão, como também com a própria governância entre os pares.
Tudo isso começou com a demissão de um ministro das Finanças, que era de um partido da base, fazendo com que Olaf perdesse a maioria no parlamento e passasse a governar com uma minoria. Com isso, os votos de confiança ficaram mais complicados de serem validados. Em 75 anos da nova política alemã, essa é a quarta vez que o parlamento é dissolvido por moção de desconfiança.
O mais interessante nesta história é que tanto Emmanuel Macron quanto Olaf não conseguiram a maioria nos seus parlamentos e acabaram tendo que se unir a partidos de outras frentes para ter governança. O caso francês é ainda mais preocupante, pois Macron convocou novas eleições, perdeu a maioria que tinha e terá que fazer, muito provavelmente, caso o novo primeiro-ministro venha a ser derrubado, a nomear alguém de esquerda para ter a governabilidade necessária na França.
O recado que as grandes potências europeias estão dando é de que os governos centristas estão cada vez mais em declínio no continente e de que extremistas e esquerdistas, que lutam mais pelo nacionalismo, estão na crescente entre os habitantes, promovendo uma onda voltada para o resgate da identidade do europeu em si do que para dar mais liberdade para os estrangeiros.
Não se sabe ao certo como estarão França e Alemanha em 2025, mas tudo leva a crer que novos rumos nos dois países são possíveis.