Por: José Aparecido Miguel (*)

'Precisamos odiar os ultraprocessados para deixar de comê-los', diz autor de best-seller sobre alimentos

1- DISPUTA INTERNA NO PT. Derrotas nas eleições precipitam disputa interna pelo comando do PT. Gleisi chama de legítima candidatura do Nordeste, enquanto ministros de Lula querem Edinho na vaga. Por Catia Seabra e Victoria Azevedo. A briga pela condução do partido é travada dentro da força política liderada por Lula, a CNB (Construindo um Novo Brasil). O presidente atua para deter a implosão da tendência em meio à troca de acusações de seus integrantes. Enquanto uma ala da CNB prega a renovação da direção do partido —tendo à frente o prefeito de Araraquara, Edinho Silva—, outra responsabiliza ministros de Lula pelo resultado do PT nas urnas. À frente do partido, Gleisi tem feito críticas à política econômica conduzida por Fernando Haddad (Fazenda), apontado como um nome para a sucessão de Lula caso o presidente não busque a reeleição. As críticas de Gleisi a teriam afastado do núcleo do governo. (...) (Folha de S. Paulo)

2-'PRECISAMOS ODIAR OS ULTRAPROCESSADOS para deixar de comê-los', diz autor de best-seller sobre a indústria de alimentos. Por André Biernath. O médico e escritor Chris van Tulleken defende que, em prol da saúde pública, alimentos ultraprocessados recebam o mesmo tratamento dado aos cigarros. Infectologista do Hospital de Doenças Tropicais de Londres, professor da Universidade College London, no Reino Unido, e apresentador de alguns programas na BBC, ele também é autor do livro Gente Ultraprocessada - Por que Comemos Coisas que Não São Comida, e Por Que Não Conseguimos Parar de Comê-las (Editora Elefante). A obra virou best-seller (termo usado para descrever um livro que alcançou elevado sucesso comercial), ganhou prêmios e foi recentemente traduzida e lançada em português. Mas as conexões do trabalho de van Tulleken com o Brasil são bem mais antigas. Isso porque o conceito de ultraprocessados foi desenvolvido pela equipe liderada pelo epidemiologista brasileiro Carlos Monteiro, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) — que, inclusive, assina o prefácio do novo livro. O médico britânico confessa que duvidou do conceito de ultraprocessados de início e achava que os malefícios apontados nos estudos estavam relacionados apenas aos excessos de gordura, açúcar e sal presentes em muitos desses produtos. Em entrevista à BBC News Brasil, van Tulleken sugere que países e governos tomem ações mais contundentes para diminuir o consumo de ultraprocessados entre a população. BBC News Brasil - Depois desses anos de pesquisa, na sua opinião, qual a forma mais simples de explicar o que é um ultraprocessado? Van Tulleken - Se você pegar um alimento e precisar ler a lista de ingredientes, provavelmente estará diante de um ultraprocessado. E, se nessa lista, aparecem ingredientes que você não encontra em qualquer cozinha ou despensa, definitivamente está diante de um ultraprocessado. Há algumas exceções. A Nestlé, por exemplo, fabrica um cereal de trigo que não é tecnicamente um ultraprocessado. Mas a maioria dos produtos que garantem dinheiro para Nestlé, Danone, Pepsico, Kraft Heinz, Coca-Cola, Mondelez e outras dessas empresas são ultraprocessados. BBC News Brasil - No livro, você faz comparações entre a indústria alimentícia e a indústria do tabaco, e também entre ultraprocessados e cigarros. Van Tulleken - Bem, essas indústrias não são apenas semelhantes. Elas são a mesma coisa. Em meados dos anos 1980, uma das maiores companhias de cigarro do mundo, a RJ Reynolds, comprou a Nabisco, uma enorme empresa alimentícia. Nessa mesma época, a Philip Morris [indústria tabagista] comprou a General Foods [de alimentos]. Falamos, então, dos mesmos conglomerados [embora essas empresas tenham sido desmembradas e mudado de mãos nas décadas seguintes]. BBC News Brasil - Mas existe algum lugar do mundo em que essa regulamentação sobre os produtos ultraprocessados funciona? Na sua visão, quais seriam as maneiras de mudar esse sistema? Van Tulleken - Chile, México e Argentina têm políticas públicas muito boas neste sentido. O Brasil também está desenvolvendo coisas interessantes. Precisamos de um sistema de alerta nas embalagens que seja maior que as logomarcas das empresas ou dos produtos. Temos departamentos de pesquisa e cientistas sempre citados pela imprensa que recebem verbas de Pepsico, Mars e Nestlé. (...) (BBC News Brasil). A nutricionista Kayla Daniels, fundadora da Kayla's Nutrition, elaborou uma lista com nove alimentos ultraprocessados que muitas vezes não imaginamos que sejam prejudiciais à saúde: Iogurtes proteicos. Leite vegetal. Barras de proteínas. Shakes substitutos de refeição. Barras de granola. Pão de forma. Macarrão instantâneo. Salsichas. Refrigerantes dietéticos. (...) (R7)

3-BARRAGEM DE MARIANA. Acordo com empresas vai distribuir R$ 40 bilhões aos atingidos pela barragem de Mariana. Barragem, da empresa Samarco, se rompeu em novembro de 2015, deixando 19 mortos e rastro de destruição ambiental e econômica. Por Delis Ortiz, TV Globo. Ao todo, 49 municípios foram atingidos, direta ou indiretamente. (...) (g1)

(*) José Aparecido Miguel, jornalista, diretor da Mais Comunicação-SP,
trabalhou em todos os grandes jornais brasileiro - e em todas as mídias.
E-mail: [email protected]