Uma recente onda de violência envolvendo torcedores de futebol tem alarmado o público e destacou uma questão essencial: o problema não é o futebol em si, mas sim a falta de punições efetivas contra quem usa o esporte como pretexto para praticar crimes. Casos de agressões como os ocorridos no Rio de Janeiro, com torcedores do Peñarol atacando banhistas e trabalhadores, e o trágico confronto entre membros das torcidas organizadas Mancha Verde, do Palmeiras, e Máfia Azul, do Cruzeiro, que deixaram uma vítima fatal, evidenciam um quadro de impunidade e irresponsabilidade social que ameaça as bases do que o futebol deveria representar.
É preciso entender que o futebol é, antes de tudo, uma vítima. Ele é explorado por indivíduos violentos que se escondem em seus núcleos e bandeiras para causar agressões gratuitas, sem qualquer ligação com a paixão pelo esporte. Assim, punir clubes ou restringir a presença de torcedores nos estádios apenas desloca o problema para fora do ambiente futebolístico.
No entanto, é importante reconhecer que a impunidade não é um problema exclusivo do futebol. Ela é uma certeza geral na sociedade brasileira para quem está disposto a cometer crimes. A falta de responsabilização e a leniência do sistema judicial criam um ambiente propício para a violência e a criminalidade.
A impunidade se manifesta em todos os níveis da sociedade, desde crimes comuns até corrupção e crimes de colarinho branco. Isso gera uma sensação de desamparo e indignação entre os cidadãos, que sentem que o sistema não protege os inocentes nem puni os culpados.
O que se deve combater é a impunidade sobre o CPF daqueles que praticam esses atos criminosos. Cada agressor deve responder individualmente pelos seus atos, com avaliações que vão desde multas até prisão e, se necessário, restrições severas de acesso a eventos esportivos.
É fundamental que as autoridades adotem medidas preventivas, como melhorar a segurança nos estádios e arredores, fortalecer a cooperação entre forças de segurança e clubes, implementar programas de educação e conscientização sobre violência e respeito, e promover ações de inclusão social e combate à exclusão.