A notícia de um possível cessar-fogo de Israel no Oriente Médio pode ser lida como um alívio para o povo do Oriente Médio. Porém, nem sempre o que se mede em palavras vira realidade nesta região, considerada, hoje, o barril de pólvora do mundo, por estar sempre pronta para entrar em ebulição e explodir.
A grande questão está, como já mencionamos por aqui, nos bastidores, ou melhor, na raiz histórica e cultural da população que vive por lá. Obviamente que a diplomacia é a melhor forma e a melhor escolha para se respaldar de um conflito e conseguir o mínimo de ssosego para os civis. Só que, neste caso, há, ainda, a falta de apoio da própria sociedade, já que pessoas consideram a guerra benéfica, diante do emprego do extremismo.
Resolver o confito entre árabes e judeus é fazer a divisão correta de Jerusalém, a cidade sagrada. Fora isso, é praticamente chover no molhado, enxugar gelo ou outros ditos populares na mesma linha. Não adianta pedir um cessar-fogo hoje e daqui a cinco dias voltar a ter bombardeios. Precisa, sim da intervenção da ONU na questão e resolver aquilo que não fez no século XX, quando foi criado o Estado de Israel e não foi o Estado da Palestina.
Todavia, diante da falta de diplomacia e do mundo atual, onde o pensamento é voltado mais nos próprios conceitos do que na questão global, dificilmente isso terpa um denomidor comum.
Guerras acontecerão quase que sempre e serão amansadas, para depois voltarem à ativa. E assim será pode décadas, até que algum secretário-geral da ONU bata o pé e faça jus ao tratado de 1949, para garantir a paz mundial.
A situação no Oriente Médio é além do conflito político, é situação é histórica, social, cultural e religosa. Por isso, uma organização considerada neutra, como a ONU, seria a melhor para resolver isso. Contudo, se nem o próprio órgão não fez isso no momento oportuno, hoje será mais complicado. Mesmo assim, o diálogo será fundamental para conseguir entreveios na atual situação.
É salutar haver na mesa os grandes interessados na região, mas não pode ter influência externa na questão. Estados Unidos e Rússia, principalmente, devem deixar de lado os resquícios da Guerra Fria e pegarem para si a resolução do conflito, com seus respectivos parceiros globais. Se hoje tudo em voga parte do princípio das aldeias globais e das conexões mais rápidas entre países, que isso sirva de trampolim para ir além da conversa e do diálogo entre os principais nomes envolvidos e as ideias resolverem os problemas que mais estão em nós no Oriente Médio: os históricos, religiosos e culturais.