Nos últimos dias, uma notícia chocou os noticiários internacionais. A maratonista ugandesa Rebecca Cheptegei, de 33 anos, foi queimada viva por seu ex-namorado. A atleta, que ficou conhecida por disputar os Jogos Olímpicos de Paris, morreu nesta quinta-feira (5), depois de ter mais de 80% de seu corpo queimado. Típica falta de humanidade em casos de feminicídio, o ex-namorado de Rebecca invadiu a casa da atleta enquanto ela estava na igreja com as filhas. Quando chegaram em casa, ele jogou gasolina no corpo de Rebecca e ateou fogo na frente das filhas, de 9 e 11 anos, segundo a imprensa local.
O caso aconteceu no Quênia, a 9.982 km do Brasil. Mas casos de feminicídio e violência doméstica e de gênero estão ao lado de nossa porta. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), entre janeiro e dezembro de 2023, a capital federal registrou 34 feminicídios consumados. Desse total, 68% já tinham sofrido algum tipo de violência anterior. Em 2024, até o momento, foram registrados 13 casos confirmados.
E não acabou, já que a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o provável 14º caso de feminicídio no Distrito Federal, após o corpo de Thaynara Iorrana da Silva Matheus, de 21 anos, ser encontrado em uma vala em Ceilândia. O corpo dela também foi encontrado carbonizado, além de ter diversas perfurações, Testemunhas apontam que ela era uma mulher em situação de rua que vivia com o companheiro próximo ao local onde o corpo foi encontrado.
Duas mulheres em situações sociais e econômicas completamente diferentes, o mesmo destino, a mesma causa da morte. Não importa o local, a cultura, os costumes ou a língua, o machismo mata. Homens de diversas nacionalidades seguem ceifando a vida de parceiras e ex-companheiras.
Em 2015, argentinas se reuniram na marcha "Nem uma a menos", em repúdio ao assassinato de Chiara Páez, de 14 anos, que morta enquanto estava grávida por seu então namorado de 16 anos, sendo em seguida enterrada no quintal da casa dos avós dele com a ajuda dos pais dele. Desde então, o movimento nem uma a menos traz a bandeira pelo fim da violência de gênero. Rebecca, Thaynara, Chiara, nenhuma delas precisava ter morrido. E o combate a violência de gênero não pode parar.