Em tempos de tantas queimadas país afora, muitos devem estar se perguntando até que ponto o Brasil tem uma política climática considerável. A resposta está justamente nos acontecimentos para tentar coibir o fogo e a poluição que se alastra no Centro-Norte do país. Quase nenhuma.
Por mais que tenhamos uma ambientalista e defensora das causas ambientais no ministério do Meio Ambiente e Clima, Marina Silva ainda não conseguiu fazer neste terceiro mandato de Lula as políticas e os investimentos que fizera quando fora, nos mandatos presidenciais de Lula e Dilma no início do século XXI, a mesma ministra do Meio Ambiente.
O governo atual pode dizer que isso é por causa do período do Bolsonaro, mas a questão não está no meio político, e sim na questão climática que se avança no mundo inteiro.
Recentemente, tivemos um La Niña muito frio e um dos piores El Niño da história, com temperaturas bastante elevadas e vários recordes de calor tanto no verão do hemisfério norte, quanto do sul. E o que estamos convivendo neste inverno, com nova transição entre os fenômenos, causados pelas temperaturas das águas do oceano Pacífico, é uma prova de que teremos outro verão para ficarmos de olho no termômetro.
Enquanto alguns estados, como São Paulo, Goiás — e até o Distrito Federal — sofrem com as queimadas, Acre e Amazonas estão com uma das piores estiagens, com rios em profundidades baixíssimas, com algumas cidades até com a possibilidade de ficaram sem atentimentos, diante da dificuldade de locomoção fluvial.
O que a população brasileira — e o Governo Federal — deve ficar de olho é nas causas provocadas por esses fenômenos, que são, justamente, a falta de uma política ambiental mais rígida e controlada contra a emissão de gases poluentes, além de uma melhor adequação da reutilização de resíduos sólidos.
Muitas empresas, por sinal, estão investimento bastante na área ESG, que vai de encontro ao modelo de ser "ecologicamente correto", com medidas para diminuir ou erradicar a quantidade de resíduos sólidos, como papéis e plásticos, digitalizando os documentos e utilizando materiais reuitilizáveis ou recicláveis.
O aviso deste inverno não é algo por acaso, e sim uma demonstração de como pode ser o nosso futuro, se não pararmos para, definitivamente, mudar certas atitudes e começarmos a investir pesado na relação entre ser humano e meio ambiente de forma mais harmoniosa, com um ajudando o outro na sobrevivência de ambos.