Os dados recentes do IBGE sobre a sociedade brasileira podem parecer a realidade atual, mas liga o sinal de alerta para o futuro. O país não está preparado para aquilo que muitos analistas chamam de pirâmide etária invertida, onde a base tem o menor contingente e o topo uma grande quantidade. Isso significa o envelhecimento da população. Ou seja, o Brasil está tendo baixa natalidade e baixa mortalidade.
Durante muito tempo, o Brasil viveu um período de alta natalidade e baixa mortalidade, fazendo com que o país tivesse uma pirâmide etária com a base bem robusta, um meio relativamente grande e um topo curto.
Contudo, com o passar dos anos, o que estamos vendo são as famílias brasileiras terem, cada vez mais, menos filhos e sobrevivendo mais anos. Basta vermos quantas têm apenas um ou dois filhos hoje, e na época dos pais e avós, eram quatro, cinco ou mais. Isso sem falar naquelas que optam por terem animais de estimação, ao invés de crianças, para ter "menos trabalho".
A grande questão, mais do que a inversão da pirâmide etária, é saber se o país está preparado para esse contingente de idosos daqui a dez ou vinte anos. Ao que tudo indica, o sistema previdenciário brasileiro, que já está deficitário, tende a piorar ainda mais, se o número de idosos crescer neste ritmo.
Os adultos hoje, com 20 e 30 anos, estão, cada vez mais, preocupados em querer estabilidade financeira e na carreira, antes de pensar em criar família ou ter filhos. Fora isso, muitos ainda estão às custas de pais e mães para conseguirem sobreviver. Com isso, na hora ou oportunidade de terem filhos, ou estão muito tardes para isso ou não tem vontade, pela carreira.
Políticas motivacionais para ter filhos seria uma boa alternativa para evitar isso, pois o Brasil não tem o esquema previdenciário, muito menos o bem-estar social de países europeus e chance de colapsar financeiramente é grande. Assim, quanto mais filhos as famílias tiverem, nem que seja, pelo menos um, e destes vierem a ter mais um, pode ajudar neste processo de reverter a pirâmide e estagná-la para ter uma base forte e um topo relativamente pequeno.