Há tempos sentimos que o clima para tentar elevar o debate político tem sido um tanto difícil. Discordar do posicionamento de um lado, pode aparentar uma sinalização de apoio ao outro lado, e vice-versa. Mas como se já não fossem "suficientes" os absurdos disparados verbalmente, sobretudo em redes sociais, observamos a cada dia o aumento da violência política.
O mais preocupante é ver lideranças e pré-candidatos, quando ousam colocar seus nomes à disposição da sociedade, visando justamente apresentar um contraponto ao status quo, dependendo da localidade e das motivações, podem até ser aniquilados do processo. Sobretudo nas periferias brasileiras, onde o clima é absolutamente de tensão.
O cenário de violência daquilo que deveria ser saudável em qualquer democracia (a discordância), não é uma exclusividade brasileira. Constatamos recentemente, nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump sofrer um atentado a tiros, durante a realização de um comício na Pensilvânia, no último sábado (13). Um episódio lamentável para o processo político de qualquer país democrático e civilizado, ferindo drasticamente o preceito de liberdade política e de dignidade humana.
O atentado contra Donald Trump muito se assemelha ao que o então candidato do PSL, Jair Bolsonaro, sofreu durante às eleições de 2018. A facada contra Bolsonaro e o tiro contra Trump significam a incapacidade da convivência salutar; de saber discernir que as democracias sobrevivem com a manutenção das mais diferentes correntes de opinião e ideológicas.
Gritar, agredir, ofender ou atentar contra a vida de quem quer que seja, não podem ser utilizados como métodos ou estratégias para se ter êxito, em qualquer instância. Afinal, que exemplo estaremos deixando para as futuras gerações? Que tudo se resolve na base do grito, da facada ou da bala? Toda sociedade civilizada deve estar em um patamar elevado, sem alimentar extremistas e fanáticos.
Que os mais diversos exemplos do Brasil e do mundo possam nos convencer da necessidade em evoluirmos enquanto sociedade. Acima de tudo, com civilidade e respeito às diferenças, sem agressões e devaneios. E pela paz em pensar diferente.