Nesta urgência de se melhorar a classe política brasileira, fundamental para a saúde de nossa democracia, cabe lembrar os benefícios em passado recente da presença de empresários e militares na vida pública, em mandatos eletivos. Curiosamente depois de 64 é que não houve renovação. Foram poucos os notáveis do regime militar com mandatos, como foi o caso de Jarbas Passarinho no Senado. César Cals também foi senador, e Paulo Torres.
Mas antes, a partir de 46, foram relevantes os senadores como Gilberto Marinho e Caiado de Castro, no antigo Distrito Federal, e deputados como Amaury Kruel, Epaminondas Santos e Menezes Côrtes, também pelo Rio. Em outros estados, políticos egressos de 30, como Filinto Müller, Juracy Magalhães, Costa Cavalcanti, que 64 encontrou já na Câmara na bancada pernambucana. E a liderança maior do Estado do Rio, que foi o Comandante Amaral Peixoto.
A atual Legislatura tem boa presença de militares. Mas carece de empresários, que foram muito presentes no Congresso Nacional a partir de 1946. Exemplos são: Herbert Levy, Horácio Lafer, Brasilio Machado Neto, José Ermírio de Moraes, Pereira Lopes, José Maria Whitaker, Roberto Simonsen, Albano Franco, Jessé Freire, José Alencar, Gilberto Faria, Magalhães Pinto, Mauro Magalhães, Camilo Cola, Olavo Fontoura, Cláudio Chaves, Edilberto Ribeiro de Castro, João Cleofas, Teotônio Vilela, Joaci Góes, praticamente em todos os estados do Brasil. Empresários mais à esquerda também deram contribuição relevante ao debate nacional, como os casos de Hélio de Almeida e Fernando Gasparian.
São homens com espeito público, que vivem no dia a dia a realidade do país. É preciso atrair este grupo de novo, fortalecendo a democracia e a qualidade da representatividade.
Este esforço deve unir os homens responsáveis pelo país, em todos os segmentos da vida nacional.
Uma nação não pode crescer sem a qualidade e o pluralismo na sua representação política.