O brasileiro continua a amar futebol, acompanhar os diferentes campeonatos em disputa, prestigiar seus times do coração. Mas parece estar convencido de que já não somos favoritos nas Copas. O sucesso e o dinheiro que circula destruíram os pré-requisitos para a formação de um time homogêneo, unido e integrado. Jogadores jogando no Brasil são minoria. Razão tinha o presidente João Figueiredo, que certa vez comentou que a seleção deveria ser escalada entre jogadores que atuavam no Brasil no momento da convocação.
Mas o natural saudosismo em relação à geração que nos deu tantas Copas pode muito bem se estender à classe política. Uma olhada nos parlamentares e ministros de Vargas para cá chega a assustar por se verificar uma triste diferença.
Getúlio, ao morrer, tinha ministros do valor de Oswaldo Aranha, Tancredo Neves, José Américo de Almeida, Café Filho, reuniu brasileiros como Clemente Mariani, Cândido Mota Filho, Eugênio Gudin, Raul Fernandes. E os parlamentares de então eram referências como Carlos Lacerda, José Maria Alkmin, Gilberto Marinho, Aliomar Baleeiro, Guido Mondin, Dinarte Mariz e outros.
JK teve Lucas Lopes, Negrão de Lima, Mário Pinotti, Mauricio de Medeiros, Lúcio Meira, parlamentares como Armando Falcão, Amaral Peixoto, Gustavo Capanema, Oscar Corrêa, Bilac Pinto, Afonso Arinos, Luiz Viana Filho, Irineu Bornhausen, Vieira de Melo.
Os militares recrutaram o que havia de melhor no Brasil, como Roberto Campos, Octavio Gouvêa de Bulhões, Delfim Netto, Ernani Galveas diplomatas como Vasco Leitão da Cunha, Mário Gibson Barbosa, Saraiva Guerreiro, e contaram com parlamentares do nível de Petrônio Portella, José Sarney, José Bonifácio, Rondon Pacheco, Raimundo Padilha, Daniel Krieger, Rui Palmeira, Arnon de Melo, Corrêa da Costa.
Hoje nem a reportagem política sabe de onde surgiram ministros, secretários de estado e dirigentes de empresas públicas. Um caso ou outro para confirmar a regra.
Urge uma volta a bons quadros, a mais critério na hora de votar pessoas para governar. O país é grande e o povo, sofredor e de boa índole, tudo para dar certo. Mas nunca com as pessoas erradas.