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Um país viciado em polarizar tudo

A tragédia que assola o Rio Grande do Sul, deixando vítimas e um rastro irreparável de destruição mostra também duas faces de um país diverso.

O primeiro é positivo e já foi exaltado em outras oportunidades neste espaço, que é a capacidade de mobilização do Brasil em prol de um ideal. Diversas campanhas e manifestações de apoio tomam conta das redes sociais, engajam empresas, artistas, jogadores, emissoras, políticos e pessoas relevantes com representatividade.

O povo gaúcho não vai esquecer quem arriscou a vida e deixou seus projetos de lado para ajudar, da forma que é possível, a amenizar a dor de um estado que se expande para o país.

O outro lado, este negativo, expõem como a sociedade está viciada em polarizar tudo. Como se o mundo fosse simplista ao ponto de dividir pessoas entre boas e más, como em um conto de fadas.

Basta uma breve pesquisada nas redes sociais que será possível encontrar pessoas ofendendo até quem está ajudando seus pares. A "acusação" mais recorrente é que algumas pessoas influentes na mídia estão apoiando o Rio Grande do Sul apenas para ganharem "projeção".

A conta é simples, quanto trata-se de uma personalidade querida, a ajuda é de bom grado, mas quando é alguém que não esbanja de grande simpatia, o auxílio é apenas uma forma de ganhar "engajamento".

Como as pessoas não conseguem deixar de lado questões pessoais, políticas, ideológicas e até clubistas em um momento tão difícil, de tanta dor?

A pior parte é que esta energia para criticar quem está contribuindo deveria ser usada para engajar ainda mais a única causa que importa neste momento.