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BRASILIANAS | GDF tenta, de novo, dar uso à Casa de Chá, na Praça dos Três Poderes. Mas o problema está justamente nela: a praça

Decoração de Natal no CAT Casa de Chá, na Praça dos Três Poderes, no ano de 2019 | Foto: Luís Tajes/Setur-DF

Casa de Chá tenta voltar às origens - O GDF assinou convênio com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio) para que a instituição, por meio do Senac, assuma a gestão e requalifique a Casa de Chá, o histórico prédio que está situado no centro da Praça dos Três Poderes. A nova ideia é transformar o local num espaço dedicado à gastronomia e à qualificação profissional. A proposta é excelente!

A cafeteria-escola, como será chamada, tem previsão de iniciar suas operações em junho. Mas essa será mais uma tentativa de fazer o lugar voltar aos áureos tempos, vividos nos anos 70 e 80. A construção semienterrada com 250 m², a poucos metros do Palácio do Planalto, era um cenário de festas na capital. Os brasilienses se sentavam na Praça para apreciar o pôr-do-sol, sendo ladeado pelos prédios do Poder Federal.

Criada para encontros e descanso - Essa foi a concepção, quase romântica de Oscar Niemeyer, para a ocupação da Praça dos Três Poderes: "Foi em outubro de 1965 que, pela terceira vez, retornei ao Brasil. Mais pessimista, mais desesperançado, sentindo que a ditadura se firmara, caminhando progressivamente para a violência. Minha estada estendeu-se de outubro de 1965 até junho de 1966, demorando-me primeiro em Brasília, onde elaborei o projeto do restaurante da Praça dos Três Poderes e o plano do Algarve, em Portugal. O restaurante seria um prédio semienterrado, a fim de não contar com um novo edifício na praça. Constituiria o elemento que faltava, o local para encontros e descanso indispensável".

Mas o local é problemático - Depois de ser restaurante e Casa de Chá, já teve várias outras destinações. Interferências políticas e falta de arrendatário foram responsáveis pelo fim dos encontros e, pelo consequente abandono. Em 1994, o espaço virou um Centro de Atendimento ao Turista (CAT), que ficou aberto por seis anos, mas fechou pelo risco de o teto desabar. Esteve fechado por 10 anos e reabriu em 2010 novamente como CAT, após uma reforma estrutural.

No primeiro mandato do atual governador Ibaneis Rocha (MDB) foi feita a penúltima reforma, em julho de 2019. Liderada pela então secretária de Turismo Vanessa Mendonça, recebeu recursos milionários do Ministério do Turismo e foi conduzida pelo escritório Bloco Arquitetos. Recebeu mobília modernista assinada e premiada de Samuel Lamas. O CAT, novinho, foi pouco demandado e acabou sendo abandonado, novamente.

O problema persiste - A principal dificuldade (na verdade, são duas) para que o local volte a ter o charme pensado por Niemeyer é a falta de público. A praça, hoje, não é um local de fácil acesso. E, depois dos episódios do 8 de Janeiro do ano passado, um policiamento ostensivo impede aglomerações. E não há local para estacionar perto dali (apenas atrás do Mastro da Bandeira, mas o brasiliense não gosta de andar a pé). O segundo problema é a própria Praça dos Três Poderes. Segue abandonada, cheia de mato, buracos entre as pedras portuguesas e sem nenhum atrativo para os turistas. Pelo contrário. Suja, espanta todos. Mas isso é assunto para outro dia - e a palavra será do IPHAN.

Damares no PL - A discussão sobre a mudança de legenda da senadora Damares Alves (Republicanos) para o PL de Jair Bolsonaro voltou a ganhar fôlego, esta semana. O momento para o ajuste partidário seria após as eleições municipais deste ano. O ex-presidente parece ter pressa em fazer do seu partido uma força maior do que já é - mesmo que as eleições por aqui só aconteçam daqui a dois anos. Segundo amigos, a senadora tem desconversado sobre essa movimentação. Isso porque há uma forte pressão, por parte dos evangélicos, para que ela continue no partido.

Brasília, Cidade Criativa - Brasília, Curitiba e Fortaleza são as representantes nacionais na Rede Mundial de Cidades Criativas da Unesco, no campo do design. Cada uma, por uma razão diferente - no nosso caso, o design arquitetônico e urbanístico. Detalhes poderão ser mais bem conhecidos durante o "Fórum Cidades Criativas", que será realizado de 4 a 7 de junho, na Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF). Antes disso, porém, cerca de 40 cartazes que definem a diversidade cultural e criativa e o potencial inovador dessas cidades farão parte da exposição "COD Poster Brasil", que trará o tema Design Imagina Cidade e ficará no Brasília Shopping, de 18 a 30 de abril. Todos convidados!

RAs mais ricas lideram violência contra a pessoa idosa - As regiões administrativas do Lago Norte, Lago Sul, Taguatinga e Sobradinho lideram o triste ranking de violência contra pessoas idosas no DF, segundo a 5ª Edição do Mapa da Violência contra a Pessoa Idosa. O estudo é uma iniciativa do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e foi apresentada em solenidade com a presença do presidente do tribunal, desembargador Cruz Macedo e da vice-governadora do DF, Celina Leão (PP). Segundo ela, "os dados não mentem e trazem rumos para programar as políticas". Celina disse ainda que "devemos combater a violência contra o idoso com informação e respeito". De acordo com a publicação, 54% do total de agressores são filhos homens. E os tipos de violência mais praticados são as psicológicas, financeiras, físicas e negligência.

PARA FINALIZAR...

Agora temos um cosmonauta na cidade - O Planetário de Brasília ganhou no início deste mês um busto do cosmonauta russo Iuri Gagarin, presente da Embaixada da Rússia. A peça faz homenagem ao cosmonauta soviético que foi o primeiro ser humano a viajar pelo espaço, em 12 de abril de 1961, a bordo da Vostok 1. Esta espaçonave possuía dois módulos: o módulo de equipamentos e a cápsula onde ficou o cosmonauta. A homenagem marcou os 63 anos do feito e contou com autoridades dos dois países. Pelo GDF, estava presente o secretário de Relações Internacionais, Paco Britto. A peça ficará exposta no acervo do Planetário, que é aberto à visitação de terça a domingo.

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