Por: Aristóteles Drummond

O soberano da Serra

Distrito de Petrópolis, Itaipava, está comemorando os dois anos de uma das mais importantes iniciativas da música e da cultura do Brasil, que é o complexo gastronômico e de espetáculos Soberano e que o país precisa conhecer.

A criação, que mais do que investimento pode ser enquadrado como mecenato, é do casal Raquel e Sergio Saraceni. Ele é um nome emblemático da produção musical, formulador da trilha sonora nas novelas da Globo, onde atuou por décadas. E pratica a música desde sempre. Ela confirma Balzac que ao lado de todo notável tem uma notável...

O sucesso mostra que cultura se promove com talento e competência, mas também idealismo. Temos tido outros exemplos como o projeto Roxy, a ser inaugurado em breve em Copacabana, no Rio, para oferecer música popular brasileira aos nossos visitantes. Mas o fato de serem iniciativas privadas não impediria apoio oficial em todos os níveis. O democrático destes projetos é que seu sucesso depende da capacidade de atrair e manter público, o que só é possível pela qualidade do que é ofertado.

O fantástico Soberano, nestes dois anos, levou à serra artistas consagrados como Edu Lobo, Elba Ramalho, Roberto Menescal, Marcos Valle, Francis Híme, Lenine, Ivan Lins. E até de fora relevantes grupos de jazz americanos. São três noites de boa música e boa acolhida por semana. Sergio não poupou na qualidade acústica, dos instrumentos e da decoração. Coisa de primeiro mundo. Mais de 20 mil pessoas tiveram a oportunidade de ali estar nestes dois anos.

Curioso notar que esses empreendimentos, tão importantes para a cultura, o turismo, a restauração, o emprego, não desperte atenção de patrocinadores. Afinal, que cartão de visita maior poderia ter um grande banco com seu setor cultural do que ser patrocinador de um projeto desta monta? Programação de qualidade, público formador de opinião e excelência na música.

Nos projetos futuros deste casal incansável, visionário, promotor cultural, está uma ONG que apoie a revelação de talentos musicais e anexos na mocidade das comunidades mais modestas do município.

Como diria Vinicius de Moraes, "ah, se todos fossem iguais a vocês".

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