Por: Barros Miranda*

Os 100 anos da morte de Nilo Peçanha

O dia 31 de março fica marcado pelo golpe cívico-militar, lembrado por grande ou quase toda a sociedade. Porém, há outro fato que poucos devem saber, que também aconteceu na data. Há 100 anos, morria o ex-presidente e ex-senador Nilo Peçanha. Carioca de Campos dos Goytacazes fez os estudos primários no tradicional Colégio Dom Pedro II e estudou Direito em São Paulo e Recife, onde se graduou. Casou-se com Ana de Castro Belisário Soares de Sousa, bisneta do Barão de Muriaé e do primeiro Barão de Santa Rita, algo que fez a sociedade, na época, provocar um escândalo, pois ela era branca e ele, um mulato com uma carreira política ainda por decolar.

Por sinal, uma grande carreira, que começou, logicamente, com a Campanha Abolicionista. Foi eleito senador pelo Rio de Janeiro e assumiu a presidência do Estado do Rio de Janeiro até 1906, quando foi indicado para ser vice-presidente na chapa do minieiro Afonso Pena. Peçanha foi quem assinou, pelo Rio, o famoso Convênio de Taubaté, um acordo para o preço do café ficar estabilizado no cenário internacional e sempre render lucros.

Com a morte de Afonso Pena em 14 de junho de 1909, Nilo se tornou o primeiro mulato a assumir a presidência do país. Seu legado foi a criação do Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria e o Serviço de Proteção aos Índios.

Depois da presidência, foi eleito senador por diversos mandatos até desistir da política. Ele morreu de pneumonia.

E, para finalizar esta curiosidade, a cidade de Nilópolis é uma homenagem ao político.

*Historiador e Jornalista

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.