Por: Edimilson Migowski

Febre oropouche: Doença que pode se disseminar pelo Brasil e tem sintomas iguais ao da dengue

Por Edimilson Migowski*

O surto de dengue no Estado do Rio já é uma realidade, mas tem um vírus que também tem se espalhado pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como Maruim ou Marui, e pelo pernilongo Culex quinquefasciatus, ainda não há registro de transmissão pelo Aedes aegypti, transmissor da dengue, até o momento. A Febre de oropouche tem os sinais e sintomas muito parecidos aos da dengue e por isso elas podem ser confundidas.

Atualmente, existe um surto de casos da Febre de Oropouche na região da Amazônia e estados do Norte, como Acre e Rondônia. O Amazonas já emitiu um alerta epidemiológico. O Rio de Janeiro registrou o primeiro paciente com a febre no dia 29 de março, um homem de 42 anos que tinha acabado de voltar do estado.

Apesar de ainda não ser um problema que tem afetado os cariocas, existe uma possibilidade de um surto nacional da febre de oropouche. A doença parece muito com dengue, mas não têm o mesmo risco de letalidade, ainda que possa persistir por mais tempo.

Os sinais e sintomas são caracterizados por: febre, mal-estar, dores no corpo, dores nas articulações, dor nos olhos ou atrás dos olhos, dor de cabeça, diarreia, náuseas e vômitos. Para o diagnóstico de certeza é necessário lançar mão de exames complementares para detectar se vírus OROPOUCHE está presente.

O tratamento consiste em usar analgésicos para aliviar os sintomas de dor e febre. A hidratação e repouso também são essenciais para uma rápida recuperação. Em casos mais graves, antivirais também podem ser usados. Claro, que todas as medicações devem ter orientação médica, pois como comentei aqui, em outros artigos, a automedicação gera altos riscos à saúde. Na maioria dos casos, a previsão é de uma boa recuperação, porém, há a possibilidade da febre oropouche afetar o sistema nervoso central e causar encefalite viral, que se trata de uma infecção do cérebro causada pelo vírus ou por uma reação autoimune. O problema é capaz de evoluir para um quadro mais grave se não for tratado corretamente.

Por isso, se você estiver com os sintomas citados, é de suma importância que consulte um médico, pois somente esse profissional tem condições de fornecer o diagnóstico correto.

*Médico. Professor-doutor da faculdade de medicina da UFRJ e Coordenador Médico do Laboratório de Inovação e Saúde Pública da UFRJ

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