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Mulheres brasileiras seguem desprotegidas

Neste mês das mulheres, em alusão ao dia 08 de março - embora um dia ou um mês inteiro não sejam suficientes, tamanha a força e grandiosidade feminina nas lutas cotidianas -, é necessário enfatizarmos que as mulheres brasileiras ainda se encontram desprotegidas e vulneráveis, no que concerne ao cometimento de crimes, sobretudo os de feminicídio. O Brasil registrou 1.378 casos de feminicídio em 2023, o número mais alto desde que o crime foi adicionado ao Código Penal brasileiro, a partir do ano de 2015. O número é 1,6% maior que o registrado em 2022, segundo os dados do relatório publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) na última quinta-feira (7), representando um recorde lastimável dos casos de feminicídio.

O mesmo estudo também revela que nos últimos nove anos, mais de 10 mil mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, de acordo com os dados oficiais registrados pela polícia; numa crescente de vidas ceifadas e, que em muito dos casos, os assassinos permanecem livres, assegurados pelo senso da impunidade, em situções que envolvem, na maioria das vezes, a incapacidade de aceitação do término de um relacionamento, ou por um ciúme não apenas excessivo, mas doentio. No entanto, independente dos fatores que possam ser elencados, absolutamente nada justifica retirar a vida de uma pessoa.

As medidas protetivas não possuem efeito enérgico. Se tratam efetivamete de pedaços de papel que a mulher coloca na bolsa, numa tentativa de inibir a aproximação do agressor que, posteriormente, pode virar um assassino, dada a inércia e ausência das ações para o enfrentamento contundente de crimes contra as mulheres.

As delegacias de atendimento à mulher cumprem um papel significativo. É um atendimento especializado, com um olhar mais preciso para a necessidade das mulheres. Algo que nas delegacias comuns, era muito difícil de ocorrer. As DEAMs são um avanço. Mas o recorde de feminicídios chama a atenção não apenas em território nacional. É um fato que credencia o país como uma nação absolutamente incapaz de proteger suas mulheres, sob todos os aspectos.

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