Por: Arnaldo Niskier*

Arnaldo Niskier: As vantagens da EAD

Num dado momento da história da nossa educação, o ensino à distância tornou-se uma risonha realidade. E fazia muito sucesso, cobrindo praticamente todas as áreas do conhecimento. Mas depois de uma consulta pública, o MEC colocou em dúvida a metodologia para certos cursos, como Odontologia, Psicologia e Direito. Seria mesmo EAD o melhor caminho para esses cursos?

Depois de um Censo do Ensino Superior, conhecemos quais os cursos mais procurados e aí pode-se questionar a lógica desse procedimento. Vejamos quais os cursos mais populares: Pedagogia (650 mil matrículas), Administração (393 mil matrículas), Contabilidade (201.00), Sistemas da Informação (188.000), Gestão de pessoas (185.000), Enfermagem (173.000), Educação Física (171.000), Logística (107.000), Serviço Social (101.000) e Marketing (84.000).

Se quisermos uma comparação com a modalidade presencial, devemos trazer à baila outros cursos: Direito, Psicologia, Enfermagem, Medicina, Administração, Pedagogia, Odontologia, Fisioterapia, Engenharia Civil e Medicina Veterinária.

É preciso fazer um balanço desses cursos, oferecendo o equilíbrio desejado, de acordo com a sua natureza.

Um curso de pós-graduação em Inteligência Artificial a ser oferecido no SENAC/SP é uma oferta excepcional, mas não é para todos. Escolhida a EAD, online, semipresencial ou híbrida exigirá uma cuidadosa escolha, para que o projeto dê certo. Para que dê certo essa oferta deverá ser feita com muito cuidado - e é isso que coloca o sistema hoje na berlinda. Mas o seu potencial é incrível e o sistema não deve abrir mão das suas virtualidades.

O EAD hoje é uma realidade na oferta de bons cursos, com preços razoáveis. O que se pode exigir é a ampliação da sua qualidade, insistindo na escolha de bons professores. Se houve uma queda na oferta de bons professores é porque houve um relaxamento na seleção dos mestres. Isso precisa ser desde logo corrigido, numa operação simples. E aí estaremos novamente no caminho da boa oferta. É tarefa para o MEC.

*Membro da Academia Brasileira de Letras, presidente emérito do CIEE/RJ e professor aposentado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro — UERJ.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.