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Rio de Janeiro e a maestria de 459 anos

Os versos de Antônio Carlos Brasileiro Jobim já marcam como esta cidade é especial: "Minha alma canta quando vejo o Rio de Janeiro". Outro poeta, Silas de Oliveira, fez do Rio "samba e batucada". E há vários Brasil afora que homenagearam o município fundado por Estácio de Sá e que durante anos ficou sendo disputado por franceses e portugueses.

Nestes 459 anos, a cidade pulsa mudanças bem significativas. A Perimetral não existe mais, mas as palavras de Gentileza estão no novo terminal de transporte. O Museu do Amanhã mostra a modernidade, junto com o revitalizado Museu de Arte, perto do lendário Pier Mauá e do Edifício A Noite, que virará residencial.

O Autódromo de Jacarepaguá virou Parque Olímpico, que teve parte de suas estruturas desmontadas, para serem transformadas em escolas e áreas de laser. Partes longínquas da cidade vão ganhar parques e outras que nunca tiveram o verde, terão árvores em meio aos edifícios.

Da viagem para 1565 até 2024, muitas mudanças na políca perpetuaram. Virou capital do Império e da República, abrigou inúmeras revoluções e passeatas. Foi palco de um quase golpe militar, mas veio a ser do suicídio de um presidente. A Família Real a abrilhantou para poder recebê-la e a Bele Epoque a fez a Europa dos Trópicos, como alguns diziam na época.

O Rio poderia ter um calendário que fosse de janeiro a janeiro, com vários eventos ao longo de seus 365 dias. Merece, pois a cidade pulsa turismo e cultura, além de uma economia pujante com sua indústria.

Se pudesse, continuaria a muito mais, pois são 459 anos de puro saudosismo ao cartão postal do país, com o Cristo Redentor no Corcovado e o bondinho no Pão de Açúcar que, aliás, foi o palco de sua fundação, lá no século XVI.

Quatro séculos e meio de uma cidade que viu o bonde virar trem sobre trilhos, o ônibus ser articulado e o carnaval sair de festa popular para patrimônio imaterial.

Do mais carioca e brasileiro, Tom Jobim descreve a beleza do Rio como nunca. Até pudera, pois a música mais famosa dele foi feita em Ipanema e num bar. Mais Rio do que isso, só com samba e cachaça junto.

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