Por: Pedro Sobreiro

As Crônicas de Miyazaki

O belo 'O Menino e a Garça' chega ao circuito | Foto: Divulgação

Grande favorito ao prêmio de Melhor Animação no Oscar deste ano, O Menino e a Garça chega aos cinemas brasileiros nesta quinta com um peso colossal nas costas: está sendo vendido como o filme que tirou Hayao Miyazaki da aposentadoria. Para quem não conhece assim de nome, o diretor é considerado o Walt Disney das animações japonesas.

Fundador do Studio Ghibli, o cineasta é responsável pelos maiores clássicos animados da história japonesa, como "Meu Amigo Totoro", "A Viagem de Chihiro" e "Castelo Animado". Antes de "O Menino e a Garça", seu último filme havia sido lançado em 2013, o espetacular "Vidas ao Vento". Por isso há tanta expectativa pela volta desse grande mestre das animações surreais.

Em 'O Menino e a Garça', Miayazaki trabalha em um terreno em que está mais do que acostumado: o Japão na época da Segunda Guerra Mundial. Jogando nesse campo já conhecido, ele faz uma grande homenagem à própria Ghibli ao inserir personagens que remontam a outros clássicos dirigidos anteriormente por ele. Os fãs vão reparar e se deliciar com as semelhanças e proximidades de tantos personagens queridos.

A trama acompanha o pequeno Mahito, de 12 anos, que vê sua mãe morrer em um bombardeio ao hospital. Então, a família sobrevivente se muda para interior, onde uma estranha garça passa a persegui-lo.

Repleto de elementos surrealistas, o longa tem um jeitão que lembra muito "As Crônicas de Nárnia", mas o que chama atenção mesmo é a forma complexa e madura com que o cineasta faz seu protagonista vivenciar o luto.

É uma despedida incrível das telas dessa lenda do cinema.

 

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