Por: José Aparecido Miguel (*)

Os dez mandamentos de Bolsonaro para os candidatos que pedem seu apoio para 2024

1-RECORDE DE GASTOS - Deputados batem recorde e gastam R$ 79 milhões da cota parlamentar para autopromoção. Parlamentares usaram R$ 216 milhões da cota este ano; mais de um terço do valor foi dedicado à divulgação da atividade parlamentar. No Congresso mais digital da história, parlamentares optaram por mandar imprimir panfletos. Por Levy Teles e Gabriel de Sousa. (...) (O Estado de S. Paulo)

2-TRANSPARÊNCIA prometida por Lula na campanha tem lentidão e desencontros. Entidades veem avanço em diálogo após Bolsonaro, mas sigilos e falhas são questionados; CGU promete melhorias. Por Géssica Brandino. A implementação de políticas na área de transparência no primeiro ano do governo Lula (PT) tem caminhado em ritmo mais lento do que o esperado por organizações da sociedade civil que monitoram a implementação da LAI (Lei de Acesso à Informação). Na campanha eleitoral, Lula prometeu derrubar sigilos impostos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e voltar a fazer a LAI ser cumprida no país. Passado um ano, a avaliação é a de que houve avanço em termos de discurso, inclusive com a criação de uma política de transparência, e diálogo, com a implementação de um grupo de trabalho específico no Conselho de Transparência, Integridade e Combate à Corrupção, retomado em maio, no aniversário de 11 anos da LAI. Apesar disso, houve questionamentos a sigilos impostos pelo próprio governo Lula, entraves ainda não superados e falhas atribuídas a questões técnicas, mas com impacto na falta de transparência —como mostrou a Folha, a gestão petista ficou quase quatro meses sem divulgar dados do cartão corporativo da Presidência. (...) (Folha de S. Paulo)

3-DEZ MANDAMENTOS BOLSONARISTAS - Os dez mandamentos de Bolsonaro para os candidatos que pedem seu apoio para 2024. Ex-presidente e cúpula do PL definiram lista de compromissos conservadores. Por Por Johanns Eller e Malu Gaspar. Determinado a assegurar a influência do bolsonarismo sobre o PL após ser condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a oito anos de inelegibilidade, Jair Bolsonaro tem distribuído a quem o procura para conversar e pedir apoio nas eleições municipais de 2024 o que ele mesmo chama de "dez mandamentos" a serem seguidos por correligionários e candidatos da sigla. Estão na a lista a defesa da Constituição e da família, da vida desde a concepção, da liberdade de expressão e da propriedade privada, do legítimo direito à defesa, a diminuição da carga tributária, liberdade econômica, agroindústria e combate às drogas. A intenção do ex-presidente e de Valdemar da Costa Neto, que comanda o PL, foi colar ainda mais a imagem do partido à do ex-presidente, que embora esteja inelegível ainda é um forte cabo eleitoral em várias regiões e setores do eleitorado - como os evangélicos, o agronegócio e a extrema direita de forma geral. (...) (O Globo)

4-CHINESES NO MERCADO - Carros elétricos chineses dominam mercado brasileiro e já são 35% dos veículos importados. Para 2024, presença deve aumentar: duas novas marcas chegam ao país. Por João Sorima Neto. As marcas chinesas estão acelerando a eletrificação da frota no Brasil. Com uma estratégia que mescla preços mais atraentes — a partir de R$ 150 mil — e veículos com maior autonomia, além de muita tecnologia embarcada, os carros chineses já representam 35% do total de elétricos importados no país. E, em 2024, a presença destas empresas por aqui vai aumentar. No próximo ano, duas novas marcas chinesas de carros elétricos — a Omoda e a Jaecoo, que pertencem ao grupo Chery International — desembarcam no Brasil em operação conjunta. Elas vão lançar três modelos. Embora ainda não se saiba o preço, a expectativa é que sejam competitivos. Em 2024 e no início de 2025, devem começar a sair das fábricas da GWM, em Iracemópolis, interior de São Paulo, e da BYD, em Camaçari, na Bahia, respectivamente, os primeiros veículos eletrificados produzidos por essas marcas no país. (...) (O Globo)

5-AGRO E TECNOLOGIA - Mais de 95% dos produtores rurais utilizam algum tipo de tecnologia digital, diz pesquisa. Levantamento de pesquisadora da Universidade de Brasília diz, porém, que internet ruim barra avanço mais robusto. Por José Maria Tomazela. (...) Tecnologia digital avança e cada vez mais faz parte do dia a dia do produtor. Projeto Semear leva internet para o campo, integrando produtores com as novidades tecnológicas disponíveis no mercado. (O Estado de S. Paulo)

6-DEMISSÃO EM MASSA - Milei corta 5.000 funcionários públicos e quer acabar com trabalhadores 'nhoques'. Presidente argentino também eliminou barreiras para importadores na terça-feira (26). Por Júlia Barbon. Ao prosseguir com seu "plano motosserra" contra os gastos públicos na Argentina, o presidente Javier Milei anunciou terça-feira (26) que não vai renovar os contratos temporários de mais de 5.000 funcionários federais que acabam neste mês e foram assinados pelo seu antecessor, Alberto Fernández, desde janeiro. Enquanto isso, sindicatos marcaram uma manifestação para quarta-feira (27), que vai colocar à prova novamente o protocolo de Milei para evitar o bloqueio de ruas. A intenção também é acabar com o que popularmente é chamado de funcionários "nhoque" na Argentina, servidores que teoricamente não trabalham e só aparecem no fim do mês para cobrar o salário. Seria o equivalente ao "funcionário fantasma" no Brasil. (...) (Folha de S. Paulo)

7-VIOLÊNCIA NO MUNDO - Mundo tem um dos anos mais violentos desde a Segunda Guerra Mundial. Número de mortes em 2023 só é superado pelos registrados na Guerra da Coreia, em 1950, e no genocídio em Ruanda, em 1994. Por Igor Gielow. O mundo vive uma epidemia de guerras. A combinação entre o número de conflitos, os incidentes e as mortes ligadas a eles tornou 2023 o ano de violência mais disseminada no planeta desde o fim do segundo confronto mundial, em 1945. As mortes estão no maior ponto desde então, com a exceção de 1950, quando eclodiu a Guerra da Coreia e tombaram mundialmente 550 mil pessoas, e 1994, quando o genocídio dos tutsis em Ruanda criou um desvio sangrento na curva, com 800 mil mortes. Segundo a recém-lançada Pesquisa de Conflitos Armados, do britânico IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, na sigla inglesa), houve 14% mais pessoas mortas em 2023 em relação a 2022: 267,7 mil faleceram. Já os incidentes violentos ligados a embates subiram 28% ante o período anterior, passando a 137,8 mil. Aqui é importante estabelecer a metodologia: o IISS mede os dados de maio de 2022 a junho de 2023, o que deixa meio ano de violência de fora de uma conta fechada —incluindo a brutal guerra entre Israel e Hamas, que deixou mais de 20 mil mortos em pouco mais de dez semanas até aqui. Só o crescimento apontado de mortes já supera em muito a demografia, já que a população mundial aumentou cerca de 1% ao longo de 2023, chegando aos 8,1 bilhões de habitantes. (...) (Folha de S. Paulo)

(*) José Aparecido Miguel, jornalista, diretor da Mais Comunicação-SP,
trabalhou em todos os grandes jornais brasileiro - e em todas as mídias.
E-mail: [email protected]

 

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