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Valorização da cultura e memória nacional

Recentemente, a historiografia brasileira e a cultura nacional perdeu um grande símbolo da manutenção da memória africana no país: o diplomata Alberto da Costa e Silva.

Autor de livros — inclusive didáticos, aos quais, alguns deles, são prioritários nas faculdades de história, na disciplina de África — sobre o continente africano e a defesa da pequena África no Brasil, Costa e Silva foi um diplomata que fez jus a nobreza do Barão de Rio Branco.

Contudo, a grande questão que cerca não é apenas lamentar a sua morte e resguardar o seu legado para as gerações futuras. O Brasil, de modo geral, não valoriza as questões ligadas ao conhecimento e as virtudes culturais.

Além de Costa e Silva, a historiografia perdeu também José Murilo de Carvalho, cuja escrita fica marcada na obra "Os Bestializados". De fato, ainda se vê a população seguindo à risca o título. Mas não por culpa dela em si, e sim por parcelas.

Um país sem cultura é um país sem memória, sem poder se expandir para além da página 3, ficando apenas no clássico núcleo de pequeno porte. Por que nações da Europa são admiradas? Basta visitar algumas e perceber como elas valorizam as obras de séculos passados. E o Brasil? Destrói um monumento para obra de metrô, por exemplo.

Alguns questionam o motivo pelo qual o Brasil, pela grandeza que tem, nunca ter ganho um prêmio Nobel. A grande metáfora da resposta está aí. Como um país que não valoriza a cultura e a história-memória pode ganhar uma honraria de tal quilate? No dia em que pesquisadores forem mais valorizados, que os cientistas tiverem equipamentos a altura e que os provedores de cultura ficarem mais conhecidos, talvez a Academia venha a olhar o país de outra forma, diferente da atual.

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