Por: Paulo Cézar Caju*

Por dias melhores dentro e fora dos gramados

Brasil e Argentina | Foto: Divulgação

Por ter disputado duas Copas do Mundo, tenho propriedade no assunto para afirmar: mais da metade dos convocados de Fernando Diniz não merecem vestir a amarelinha! Vi Didi, Garrincha, Djalma Santos, Nilton Santos, Brito, Carlos Alberto Torres, Zito, Zagallo, Vavá, Bellini, Rivellino, Tostão, Pelé, Gerson, Jairzinho e tantos outros craques, é dose aturar Joelinton, esses laterais que não sei nem o nome, o grandão que parece lutador de MMA, o outro que eu nunca vi na vida e não sei nem em qual clube e por aí vai.

"Mas PC, você não defendia o Diniz?". Sempre defendi, até quando foi demitido do São Paulo, mas seu comportamento à beira do gramado e essa última convocação tem me tirado do sério. Apesar de ser formado em psicologia, o treinador tem sido cada vez mais mal-educado e grosseiro na beira do gramado e tenho certeza que isso se refletiu também dentro das quatro linhas, já que a Seleção Brasileira desceu o sarrafo nos argentinos na primeira etapa, uma estratégia oposta a que Diniz propõe aos seus times, que prezam pelas tabelas e pelo futebol-arte.

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Brasil e Argentina: briga generalizada com torcida mista no Maracanã | Foto: Divulgação

Dito isso, não foi surpresa para mim perder pra Argentina e, se não agirmos rápido, corremos sérios riscos de ficar fora da Copa do Mundo pela primeira vez na história. Fiquei sabendo que a derrota ontem foi a primeira em casa na história do Brasil em Eliminatórias. Piores que o desempenho da Seleção só a organização e logística das autoridades responsáveis pela partida. Respondam com sinceridade: é novidade para alguém que Brasil x Argentina é uma das maiores rivalidades do futebol mundial?

Sendo assim, quem foi o gênio que não dividiu as torcidas e deixou os hermanos, literalmente, no meio da torcida brasileira? Como era de se esperar, o pau quebrou antes mesmo da bola rolar e por pouco não vimos uma tragédia ainda maior no Maracanã. Em um jogo festivo, repleto de famílias, mulheres e crianças, o que se viu foram cenas de selvageria, policiais descendo o cassetete, argentinos sangrando, cadeiras voando e por aí vai. O pior de tudo é que tivemos a final da Libertadores há pouquíssimas semanas e não foram poucos os casos de brigas pela cidade.

Ou seja, não dá para dizer que foram pegos desprevenidos, né? Ouso a dizer que muitos hermanos estão bagunçando aqui no Rio desde Fluminense x Boca e já vieram com esse intuito. Sem contar a Copa do Mundo de 2014, quando infernizaram a vida dos brasileiros e muitos deles foram expulsos do país! Se tivessem personalidade, a atitude mais certa dos jogadores era deixar o gramado e se recusarem a disputar a partida, deixando a responsabilidade nas mãos da Conmebol, FIFA, CBF e afins. A nós, torcedores, só resta rezar por dias melhores dentro e, sobretudo, fora dos gramados!

Pérolas da semana:

1- "O Fernando Diniz tem uma ótima leitura (futebol não se lê, você enxerga o jogo) autoral do sistema posicional para encaixar a intensidade de um time que procura a identidade (esse documento tiramos no Instituto Félix Pacheco! kkkk) com o intuito de amassar o adversário".

2- "Para quebrar as linhas (não são linhas, são os setores: defesa, meio e ataque) e agrupar os setores, Fernando Diniz procura povoar o terreno lateral do campo, explorando os alas do corredor".

3- "O time cria mecanismos para romper a primeira linha e destravar as portas fechadas do último terço do campo. Dessa forma, o falso nove rompe o último setor e chapa a redonda".

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).

 

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