Por: José Aparecido Miguel (*)

Forças Armadas não estão blindadas contra assédio de facções criminosas, diz presidente de Corte militar

1-ASSÉDIO DE FACÇÕES - Forças Armadas não estão blindadas contra assédio de facções criminosas, diz presidente de Corte militar. Por Leandro Prazeres. Em 1989, o livro O Espírito Militar: um Antropólogo na Caserna, de Celso Castro, foi lançado e tentava explicar a formação da identidade militar no Brasil. Lançado poucos anos após o fim da ditadura militar, o livro dizia que um dos elementos fundamentais dessa identidade é a percepção pelos próprios militares de que haveria uma "superioridade moral" entre eles e os civis e de que os integrantes das Forças Armadas seriam mais honestos do que os "paisanos". Trinta e quatro anos depois do lançamento do livro, o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), brigadeiro Joseli Parente Camelo, parece fazer questão de desmistificar essa ideia em entrevista à BBC News Brasil. "As Forças Armadas não estão blindadas contra esse assédio", disse o militar em menção a facções criminosas. A declaração acontece em meio a dois episódios recentes nos quais os militares se viram envolvidos. O primeiro foi um decreto de missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que determinou que militares das Forças Armadas atuem em portos e aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro como forma de sufocar as ações de facções criminosas que usam essas instalações para transporte de armas e drogas. O segundo episódio - Em outubro deste ano, 21 armas de um arsenal do Exército em São Paulo foram furtadas. Dezenove já foram recuperadas e duas permanecem desaparecidas. Entre elas, havia metralhadoras de calibre .50, suficientes para derrubar aeronaves e perfurar carros blindados. As suspeitas são de que militares do Exército tenham negociado as armas com duas das principais facções criminosas do país: o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). (...) (BBC News Brasil)

2-ENEL: INTERVENÇÃO JÁ! Apagões seguidos. Descaso. População revoltada. Surgiram condições políticas inéditas para questionar corporação italiana que distribui energia em São Paulo. Governo federal tem meios legais para começar reverter política de privatizações. Por Paulo Kliass. Esta tem sido, aliás, a tendência verificada em uma série de países que haviam optado, ao longo de décadas atrás, pela estratégia equivocada de privatização das empresas prestadoras de serviços públicos. Seria uma ótima oportunidade para Lula colocar em prática o que prometeu na campanha eleitoral a respeito da Eletrobrás. (...) (Outras Palavras)

3-BRUTALIDADE GLOBAL - Gaza, laboratório da brutalidade global. Campanha selvagem de Netanyahu é abraçada no imaginário da extrema direita global e condensa todos seus símbolos. Além de denunciar os crimes de Israel, defender os palestinos é hoje fazer frente pelo futuro da democracia e dos direitos. Por Cícero Araújo. (Texto publicado originalmente na Revista Rosa, parceira editorial de Outras Palavras, em um dossiê Hors-Série "A disputa Israel × Palestina sob a perspectiva da guerra".) (...) (Outras Palavras)

4-DESESPERADOS - Argentina: O voto dos desesperados. Impulsionado pela crise econômica, Javier Milei ainda é um fenômeno individual. Sua eleição não mudou a composição do Congresso, nem governos das províncias. Mas ameaça Mercosul e Unasul, cria base forte do fascismo e acende luz amarela para Lula. Por Gilberto Maringoni. Pregação ultraliberal - Não faltaram comparações com o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Há pontos de contato e há diferenças notáveis entre ambos. A mais significativa, talvez, esteja no fato de Milei até aqui não comandar uma onda reacionária tão enraizada socialmente, a exemplo do ex-capitão. Vamos lembrar. Bolsonaro conquistou uma base congressual significativa em 2018, expressão de uma virada moralista-conservadora inédita na história da República. Sólidos apoios em setores empresariais - em especial no varejo - e evangélicos (que alcançam 31% da população brasileira) garantiram legitimidade social ao governo mesmo nos piores momentos da pandemia. Na Argentina, por sua vez, os correligionários do recém-eleito no Congresso representam menos de 15% do total. Entre os 257 assentos na Câmara, sua coligação Liberdade Avança obteve apenas 35 cadeiras. Entre os 72 senadores, a proporção se repete: são 8 os representantes da aliança, que não elegeu nenhum governador nas 23 províncias. (...) (Outras Palavras)

5- Filho de Big Boy coloca a venda discoteca do DJ lendário para custear tratamento de esclerose lateral amiotrófica. Com problemas de saúde e de finanças, Leandro Petersen tenta fazer com que a coleção de discos, uma das mais completas no Brasil nos departamentos do rock e de black music, não se disperse. Por Silvio Essinger. Quando Big Boy morreu, em 1977, de infarto, aos 33 anos, após um ataque de asma, num hotel em São Paulo, o filho Leandro Petersen tinha apenas 8 meses de idade. De herança, ficou uma coleção que chegou a inacreditáveis 20 mil discos, entre LPs e compactos, a maior parte deles, importados. Um patrimônio cultural que Leandro, 47, se viu obrigado a pôr à venda, como informou Joaquim Ferreira dos Santos, há duas semanas, em sua coluna no Globo. A razão: a necessidade de fundos para seguir com a vida em meio à limitações provocadas pela esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada no ano passado. (...) (O Globo)

(*) José Aparecido Miguel, jornalista, diretor da Mais Comunicação-SP,
trabalhou em todos os grandes jornais brasileiro - e em todas as mídias.
E-mail: [email protected]

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