Por: Marcel Orlandi*

Prevenção à obesidade

Nesta edição de fim de semana, falaremos de um tópico de extrema importância, que está alinhado com o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, observado no último dia 11. Este dia, estabelecido por lei no Brasil desde 2008, tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção da obesidade, uma doença crônica que, sem um tratamento adequado e contínuo, tende a piorar com o passar dos anos, afetando a qualidade de vida e desencadeando doenças como diabetes, problemas cardiovasculares, asma, gordura no fígado e até alguns tipos de câncer.

Um estudo da Faculdade de Medicina da USP revela que, no Brasil, mais de 53% da população está acima do peso, somando sobrepeso e obesidade, e estima que o país terá 29 mil casos de câncer relacionados ao excesso de peso até 2025.

Globalmente, a projeção para 2025 é que cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com excesso de peso, sendo mais de 700 milhões com obesidade. De acordo com a Federação Mundial de Obesidade, até 2035, mais da metade da população mundial estará acima do peso, com um impacto econômico estimado em 4,32 trilhões de dólares, equivalente a 3% do PIB global, se nenhuma ação for tomada.

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e é de natureza multifatorial. Entre os fatores que contribuem para a obesidade, incluem-se fatores nutricionais, fisiológicos, genéticos, psiquiátricos, psicológicos, comportamentais e ambientais. É a doença crônica mais prevalente e a segunda maior causa de morte evitável no mundo. Para adultos, o parâmetro de diagnóstico mais comum é o Índice de Massa Corporal (IMC), onde pessoas com IMC superior a 30 são consideradas obesas, e aquelas com IMC entre 25 e 29,9 são classificadas como portadoras de sobrepeso.

Embora reconhecida como causa de morte pela OMS em 1949, a obesidade só ganhou o status de doença cerca de meio século depois.

A prevenção e tratamento da obesidade envolvem a adoção de um estilo de vida mais saudável e a conscientização sobre a importância da atividade física e da alimentação. Deixo 10 dicas: 1. Faça cerca de 5 refeições por dia, com intervalos de aproximadamente quatro horas entre elas. 2. Adote uma dieta saudável, rica em frutas, legumes, verduras e cereais integrais. 3. Evite o consumo excessivo de frituras, massas, pães e doces. 4. Reduza o consumo de alimentos industrializados e fast food. 5. Substitua refrigerantes por água. 6. Pratique 30 minutos de exercício físico de quatro a cinco vezes por semana. Lembre-se de passar por avaliação médica antes de iniciar qualquer atividade. 7. Evite comer em frente à TV, mexendo no celular ou no computador. Isso pode levar ao consumo excessivo de alimentos e a uma digestão menos eficaz. 8. Prefira a escada ao elevador sempre que possível, aumentando a queima de calorias. 9. Evite fazer compras de alimentos quando estiver com fome para evitar escolhas mais calóricas. 10. Garanta pelo menos oito horas de sono por noite, já que a privação de sono pode afetar o apetite, a fome e o gasto energético.

Quando a mudança de estilo de vida não é suficiente, existem opções medicamentosas e cirúrgicas que devem ser prescritas de maneira personalizada por profissionais especializados. Vale ressaltar que não existe tratamento farmacológico de longo prazo eficaz sem mudanças no estilo de vida. Desconfie das "pílulas mágicas".

O sucesso a longo prazo requer constante monitoramento.

Nas próximas edições, abordarei diversos aspectos de saúde, desde dicas para um estilo de vida saudável até informações sobre condições médicas específicas. Convido todos vocês a fazerem parte desta jornada em busca de descobertas e melhorias na saúde. Suas perguntas, comentários e sugestões são sempre bem-vindos. Esta coluna é dedicada a vocês, nossos leitores.

*Médico. Pós-graduado em Nutrologia Clínica e Esportiva. Especialista em medicina da obesidade

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