Os compassos da economia nacional

Dois pesos e duas medidas? O Boletim Focus desta semana mostrou um mercado ou acuado ou ainda em expectativa pelos passos políticos na reforma tributária. A teoria se deve pelo aumento da expectativa do PIB, que passou de 2,31% para 2,56%, e também para a inflação, que teve uma ligeira subida — de 4,9% para 4,92%.

Os olhares para o que acontece no Congresso com o texto do novo sistema de impostos do país é notório. As discussões entre os entes federativos brasileiros sobre como não perderem tanto na arrecadação com a adoção de um ICMS único, com a possível criação de um fundo para ajudar os estados mais prejudicados com a medida, estão sendo vistas com a lupa dos investidores, para ver até onde isso chegará.

Reajustar para cima tanto o PIB quanto a inflação mostra um ágil crescimento da economia nacional, ao mesmo tempo em que o controle dos preços deve ser analisado com frieza. Não por menos, por mais uma semana seguida, a taxa de juros ficou inalterada, em 11,75%, mostrando que os cortes deverão ser lentos e que, ao longo de 2024, há chance da Selic voltar novamente a um dígito.

O mercado está atento a todas as narrativas deste segundo semestre, tanto no âmbito nacional, quanto no internacional. Não se pode esquecer que os conflitos entre Rússia e Ucrânia ainda continuam e que qualquer peça a ser mexida neste jogo, pode influenciar os números daqui. Além disso, a economia norte-americana também deve ter olhares significativos, uma vez que as taxas de juros lá estão em patamares elevados para os padrões estadounidenses, e que a inflação segue ao nível nunca antes visto em tempos recentes.

O próprio Banco Central está ciente disso e não descarta manter a Selic em 13,25%, conforme os passos foram dados tanto nso Estados Unidos, quanto na União Europeia.

A economia global é uma grande influenciadora no processo de crescimento e queda de uma economia local sensível, como a brasileira. Por isso, talvez, essa dualidade dos analistas, para com os números dos principais indicadores financeiros do nosso país.