Há uma fala da ex-presidente Dilma Rousseff, que de tão famosa se tornou meme na internet, e com toda certeza você já ouviu: "Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar, nem perder, vai ganhar ou perder, vai todo mundo perder." Essa frase, um pouco sem sentido e com 100% de previsão sobre o futuro político nacional, também descreve outros cenários do cotidiano popular. Como, por exemplo, a audiência pública para debater o plano de retorno do transporte público após o incêndio na garagem das empresas Petro Ita e Cascatinha, realizada na Câmara Municipal de Petrópolis.
Não houve uma colocação animadora, um cenário caótico que nos leva a crer, com ainda mais certeza, que o buraco é fundo quando falamos no transporte público municipal. As cinco empresas de ônibus: duas em recuperação judicial, uma investigada pelo Ministério Público, e duas com desequilíbrio econômico grave. Todas, sem exceção, atrasam pagamentos dos funcionários. Algumas, as férias, outra, o pagamento do mês, outra o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Assunto que, para os vereadores que levantaram a bandeira em defesa dos rodoviários durante a audiência, passou batido.
O Sindicato que representa as empresas de ônibus prometeu uma surpreendente renovação da frota até 2024. O que achamos difícil dado o tamanho do rombo econômico. E deixaram claro que para que o serviço sobreviva até lá, precisam do subsídio que é dado pela Prefeitura, pelo Vale-educação. Justo. Se não estiverem se preparando para tentar a renovação do contrato em 2025. Estranho tanto investimento em um serviço falido, com uma dívida milionária na recuperação judicial e com um prazo de operação de cerca de 2 anos pela frente.