A Ditadura da Ciência e a COVID-19
O título deste artigo é um paradoxo, já que nada deveria ser mais democrático que a ciência, palavra que vem do latim scientia e significa qualquer conhecimento ou prática sistemáticos. Assim, cada um de nós, ao longo de nossas vidas, vamos fazendo e legando ciência.
Bem, nessa pandemia, se demandou ciência e todos se concentraram na melhor forma de debelar a ação destrutiva da COVID19. O mundo buscou a vacina com pressa, enquanto aprendíamos sobre a doença. E, entre tantos desafios, buscamos formas de prevenir e de remediar com a melhor terapia medicamentosa disponível, segura e a custo efetivo. Dito isso, vejo uma opção lógica no reposicionamento de fármacos, que reduz o tempo de ensaios clínicos e põe o foco na sua ação efetiva, no combate da COVID-19. Esse é o caso do princípio ativo que estudo há mais de uma década: a nitazoxanida - molécula segura e já utilizada por mais de 250 milhões de pessoas no mundo, que demonstrou ser segura e efetiva na redução da carga viral na pesquisa conduzida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
Como cientista, respeito e cumpro o método científico e, por estar diante de fatos e dados observados em experiências clínicas irrefutáveis, sobre a segurança e a efetividade da nitazoxanida no tratamento da COVID-19, resolvi assumir uma posição clara, de forma a não restar dúvidas. Estuda-se há muito a segurança e eficácia da nitazoxanida sobre diferentes tipos de vírus. Com todos esses relatos, aprofundei a revisão sobre esse assunto, em parceria com o professor doutor Davis Ferreira (UFRJ) e, a partir de então, passei a preconizar a nitazoxanida para o tratamento imediato de pacientes com a COVID-19. Os resultados foram surpreendentes e passamos a adotar essa terapia na prefeitura de Volta Redonda em 2020 - conduta que passou a ser conhecida como "Protocolo de Volta Redonda", sob minha coordenação, estabelecendo o tratamento medicamentoso precoce de pacientes do SUS, iniciando a nitazoxanida em até 72h dos primeiros sinais e sintomas, sempre após assinatura, pelo paciente, do termo de consentimento livre esclarecido (TCLE), visto tratar-se de uma indicação não contemplada na bula desse fármaco.
Em 2020 esse tratamento foi realizado em 604, a maioria com mais de 50 anos de idade e/ou comorbidades que aumentam o risco do paciente de desenvolver as formas mais graves da infecção pelo SARS Cov 2. Os resultados são animadores: Nesses 604 pacientes mencionados tivemos: 2 internações em enfermaria, 0 complicação; 0 internação em terapia intensiva, 0 falência respiratória e 0 óbito.
Há evidências científicas que nitazoxanida, assim como Ivermectina e hidroxicloroquina: reduzem a produção de várias Interleucinas que provocam a "tempestade" inflamatória; reduzem o metabolismo mitocondrial, consequentemente, a capacidade de as células replicarem os vírus; aumentam a produção de Interferon (responsável pela capacidade do organismo de destruir células tumorais, vírus e bactérias, além de ser responsável pelas primeiras respostas à infecção viral); a Nitazoxanida age diretamente no Coronavírus, reduzindo a formação da proteína estrutural S e, consequentemente, a capacidade do vírus invadir novas células.
Há evidências clínicas que esses fármacos,além de seguros: reduzem a gravidade da COVID-19; também reduzem a carga viral. Diante dos números auditáveis de vários estudos por que a recusa em aceitar o óbvio?
A Ciência existe para corroborar os dados empíricos. Vários médicos e pesquisadores apresentaram dados irrefutáveis e em nome de uma falsa ciência foram cancelados, censurados e difamados. A Ciência deve ser mais democrática e humanizada. Afinal, a mesma existe para atender os interesses das pessoas e não o contrário. A CIÊNCIA é importante, necessária e respeitada, mas não pode esconder-se atrás de regras ditatoriais e negar-se a, ao menos, olhar experiências clínicas e científicas evidentes.
As ditaduras, sejam em que campo forem, não condizem com a humanidade nem com a sua sobrevivência. Finalizando, antes eu já preferia ficar empiricamente vivo do que cientificamente morto, ainda mais agora depois de tantas evidências.
*Professor Doutor da Faculdade de Medicina da UFRJ e Coordenador Científico do Protocolo de Volta Redonda.
