Acompanhar as pesquisas é uma obrigação de todo consultor, todo estrategista. Para evitar um voo cego nas campanhas, os números servem de bússola, dão a direção do vento. Evidentemente que existe a “Pesquisa Pai de Santo”, aquela que traz o número desejado em algumas ligações. Mas não vamos perder tempo com essa crítica hoje, melhor ser propositivo.
Vejam vocês que o respeitado instituto IPESPE trouxe um cenário interessante: atualmente 43% do público se informa sobre política na televisão. É um dado importante, sobretudo se comparado com o resultado de outubro do ano passado, quando esse percentual era de 50%. Sim, meus amigos e amigas, a boa é velha televisão perdeu 7% em sete meses. Já as redes sociais saltaram de 14% para 24% no mesmo período. Já os sites e blog subiram de 20% para 23%.
O que isso nos diz? Primeiro, hoje as redes sociais e os sites e blogs juntos são mais fortes que a televisão. Isso é uma onda e me parece ser irreversível para as eleições desse ano. Logo, alô candidato, na hora de pensar o seu orçamento… Leve essa informação em conta.
Essa semana soube de uma história que dá o tom do que estou dizendo… No dia 15 desse mês começaram as ações de financiamento coletivo, as tais vaquinhas virtuais. Aí um candidato estabeleceu uma meta modesta. E precisava fazer um vídeo de divulgação.
Procurou um marqueteiro que cobrou a ele o mesmo valor da meta pra entregar o produto. Ora, como pode peça de divulgação custar o mesmo valor que se quer arrecadar com ela? Se fosse assim era melhor não fazer a vaquinha, né? Não faz nenhum sentido, não tem ciência nisso.
Além dos marqueteiros desajustados da realidade, alguns candidatos perdidos têm apostado todas as suas fichas em “agências digitais”, onde escutam promessas de milagres de “gênios da lâmpada”. Pode reparar, eles sempre terão solução instantânea pra tudo. E o pior, tem gente que cai no golpe. Aí é um tal de comprar robot indiano e chinês para inflar as redes… tudo mentira. E nesse caso nem é uma fake news pra enganar só o povo. A ideia é mentir para o próprio político que contratou o serviço. O cara acredita que está muito popular, mas na verdade é tudo virtual.
Humildemente vou deixar aqui a dica: Desconfie sempre de quem oferece “o milagre da Comunicação”. Isso não existe! Rede social tem que ser orgânica, pensada, construída. E sempre que aparecer um marqueteiro na sua frente pedindo rios de dinheiro para fazer roteiro de televisão… lembra que você não pode gastar toda a sua verba só com isso. Toda campanha precisa de estratégia e se o próprio candidato não fizer essa função, a dica é: contrate um estrategista que te fale verdades. Você vai gastar muito menos e render muito mais.