'Totalmente desproporcional', afirma defesa de Bacellar

O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), foi preso preventivamente nesta quarta (3), suspeito por vazar informações sigilosas para facilitar a fuga do ex-deputado TH Joias. A defesa do parlamentar, representada por Bruno Borragine, alegou que está confiante de que a Alerj não irá referendar a prisão e declarou que "a prisão se apresenta totalmente desproporcional, já que o Rodrigo não praticou nenhuma conduta ativa para tentar burlar a Justiça e o processo".

A prisão preventiva ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, aconteceu pela manhã, após o superintendente da PF no Rio, Fábio Galvão, convidar o deputado para uma reunião e dar voz de prisão na sede, onde o Bacellar teve o celular apreendido. A PF também cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bacellar, como casa e gabinete.

A investigação aponta que o vazamento ocorreu dias antes da deflagração da Operação Zargun, permitindo que TH Joias fugisse de sua residência na Barra da Tijuca. Bacellar e o ex-deputado mantinham uma relação como aliados políticos. As investigações apontam que o vazamento comprometeu a prisão imediata de TH, acusado de integrar o braço político do Comando Vermelho.

A operação mobilizou cerca de 50 policiais. Bacellar foi encaminhado para audiência de custódia no final da manhã. A defesa do deputado afirmou que prestará os esclarecimentos à Justiça após acessar o processo.

Documentos da PF mostram trocas de mensagens entre os dois dias antes da operação de setembro. Nelas, Bacellar teria alertado sobre a ação policial. TH Joias permaneceu foragido por horas após o início da Zargun, o que reforça a suspeita de vazamento.

Rodrigo Bacellar assumiu a presidência da Alerj em 2023. Deputados da oposição cobram a instalação de uma comissão para investigar o caso. A base governista defende a presunção de inocência. Em nota, o parlamento disse que coopera com as autoridades. A assessoria de Rodrigo Bacellar declarou que ele está bem e aguarda o decorrer da ação. Com a prisão, Guilherme Delaroli assume a Alerj.