Minas Gerais retoma transplante de pulmão

HC-UFMG retoma procedimento complexo com nova estrutura

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Após 11 anos, Minas Gerais voltou a realizar transplante de pulmão. Na sexta-feira (24/10), o Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG), em Belo Horizonte, fez o primeiro procedimento desde 2014, quando o serviço foi interrompido por falta de equipamentos e equipe especializada. A retomada marca um marco na assistência de alta complexidade no estado e integra a Política Estadual Continuada de Ampliação à Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos do SUS, aprovada pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB).

A estratégia prevê repasse de R$ 20 mil por transplante às unidades credenciadas e quase R$ 10 milhões anuais do Governo de Minas, via Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), para fortalecer captação e apoiar hospitais transplantadores. "O investimento devolve ao estado a capacidade de atender quem precisa aqui. Antes, pacientes eram incluídos em listas de outros estados. Agora, o HC-UFMG volta à rede nacional com mais segurança e cuidado perto de casa", afirma o secretário de Saúde, Fábio Baccheretti.

Desde o anúncio da reativação, em 2023, o hospital passou por recredenciamento, treinamento de equipes e aquisição de tecnologia, como a ECMO, que dá suporte cardíaco e pulmonar em cirurgias de alta complexidade. As medidas trouxeram previsibilidade ao serviço e ampliaram a segurança assistencial.

O procedimento de 24/10 começou às 9h, após captação dos órgãos. A receptora, mulher de 38 anos, aguardava havia quatro meses na fila nacional. Cerca de 20 profissionais atuaram diretamente na cirurgia. Segundo o hospital, o transplante foi bem-sucedido, e a paciente segue na UTI, com recuperação estável.

Minas é o segundo estado do país em volume de transplantes, atrás de São Paulo. Em 2025, já foram registrados 782 procedimentos, incluindo 850 de córnea no mesmo período. A volta do transplante de pulmão recoloca o estado entre os que realizam cirurgias de alta complexidade e reduz a dependência.

Com política contínua, equipes treinadas e parque tecnológico atualizado, o programa passa a operar com protocolos robustos.