ES amplia uso de armadilhas contra o Aedes aegypti
Os kits são compostos por pote, palheta e clipe metálico
O Espírito Santo tem avançado no enfrentamento ao Aedes aegypti com o uso das ovitrampas — armadilhas de oviposição utilizadas para monitorar e combater o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A estratégia, coordenada pela Secretaria da Saúde (Sesa) em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde, já é realidade em 34 municípios capixabas. Neste ano, o governo estadual investiu R$ 211 mil na compra de 50 mil kits, com o objetivo de expandir a ação para todo o Estado.
As ovitrampas permitem identificar áreas de maior risco a partir da contagem de ovos depositados nas armadilhas, possibilitando que as equipes municipais direcionem ações de combate de forma mais eficiente. Segundo o chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental, Roberto Laperriere, a tecnologia é simples, de baixo custo e altamente eficaz. "A ferramenta mostra onde há maior densidade de ovos e orienta os municípios a atuar de forma assertiva. Mesmo com poucos agentes, é possível monitorar amplas áreas", destacou.
Cada kit é composto por um pote, palheta e clipe metálico, além do levedo de cerveja em pó, que serve como atrativo para as fêmeas do mosquito.
A metodologia, parte da Diretriz Nacional para Prevenção e Controle das Arboviroses Urbanas, integra o sistema de Vigilância Entomológica do SUS, que monitora vetores, criadouros e níveis de infestação.
A ovitrampa funciona como um recipiente simples, colocado em locais estratégicos do território. As palhetas, onde os mosquitos depositam seus ovos, são coletadas semanalmente para contagem e análise. Após a retirada, o recipiente é higienizado e preparado novamente, garantindo a continuidade do monitoramento.
Implantada no Espírito Santo em abril de 2024, a estratégia começou em 16 municípios e hoje alcança 34, distribuídos nas quatro regiões de saúde do Estado. A expansão, segundo Laperriere, é acompanhada de capacitação técnica para as equipes locais. "Estamos ampliando de forma escalonada, com treinamento contínuo e suporte técnico, para que todos os municípios possam adotar essa metodologia e fortalecer o controle do vetor", explicou.