São Paulo cria protocolo para checar metanol
Iniciativa é inédita no Brasil e já conseguiu identificar 30 casos
Em meio à crise de intoxicação por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, o governo de São Paulo apresentou na última semana um protocolo inédito no Brasil para identificar a presença da substância. Desenvolvido pela Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC), o método permite resultados rápidos e já diagnosticou 30 casos, mesmo antes da emissão de laudos formais, conseguindo identificar níveis de metanol considerados tóxicos para o consumo humano.
Orientações
O protocolo envolve quatro etapas. A primeira consiste na seleção de amostras das garrafas apreendidas.
Em seguida, o Núcleo de Documentoscopia verifica lacres, selos, embalagens e rótulos, produzindo um laudo em até 24 horas. Depois, peritos do Núcleo de Química utilizam equipamentos portáteis para localizar metanol e outras substâncias, possibilitando a triagem de bebidas lacradas.
Por fim, os elementos químicos passam por cromatografia gasosa, que permite determinar a concentração de metanol e identificar se a bebida é falsificada, mesmo quando não contém a substância tóxica.
A perita Karin Kawakami, assistente técnica da SPTC, explicou que o protocolo foi adaptado de padrões internacionais para atender à alta demanda do estado e do país, garantindo rapidez e confiabilidade nos resultados. O método também possibilita que autoridades de outros estados adotem práticas semelhantes, fortalecendo a fiscalização em âmbito nacional.
Até o momento, cinco pessoas morreram em São Paulo devido à intoxicação por metanol, e 23 casos foram confirmados.
Prevenção
O protocolo representa uma ferramenta estratégica para prevenir novos incidentes, apoiar a fiscalização e proteger a população contra os riscos do consumo de bebidas adulteradas. Com a implementação desse sistema, o estado reforça o compromisso com a segurança alimentar e a saúde pública, promovendo uma resposta ágil e eficiente diante de uma situação de risco que exige ação imediata.