São Paulo registra mais de 600 ataques a ônibus
Somente na capital mais de 400 veículos foram depredados
A cidade de São Paulo enfrenta uma crescente onda de vandalismo contra o transporte público. Desde 12 de junho, mais de 600 ataques a ônibus foram registrados na capital, Grande São Paulo e Baixada Santista. Na capital, foram 260 veículos depredados, com a zona Sul respondendo por 60% dos casos. Em um único dia, 59 ônibus foram atacados, marcando o pico histórico de ocorrências.
Alto índice
A maioria dos incidentes ocorre à noite, com apedrejamentos que resultam em janelas estilhaçadas e, em alguns casos, passageiros feridos. O prejuízo financeiro é significativo: cada troca de vidro pode custar até R$ 5 mil, enquanto a substituição de componentes de ônibus elétricos pode chegar a R$ 240 mil.
Até o momento, sete suspeitos foram detidos, incluindo dois homens flagrados em ação, um adolescente apreendido em Cotia com artefatos para ataques, e o filho de um motorista, preso sob acusação de tentativa de homicídio após ferir uma passageira com uma pedra.
A Polícia Civil trabalha com três hipóteses para os ataques: envolvimento do crime organizado (hipótese já descartada), desafios promovidos nas redes sociais e uma possível sabotagem entre empresas de transporte público. Em resposta, a Polícia Militar lançou a "Operação Impacto - Proteção a Coletivos" no dia 3 de julho. A ação mobiliza cerca de 7.800 policiais e 3.600 viaturas, com apoio da Rocam e reforço no patrulhamento de corredores, garagens e terminais de ônibus em todo o estado até o fim do mês.
Orientações
As concessionárias foram orientadas a registrar boletins de ocorrência em todos os casos e manter veículos reservas para evitar a interrupção dos serviços. A SPTrans também utiliza imagens do programa Smart Sampa para identificar os autores dos ataques.
Vans na mira
A violência não poupa sequer vans que transportam pessoas com deficiência, como mostram registros recentes. Na última quinta-feira (10), uma dessas vans foi atacada por um criminoso. Outro veículo que presta o mesmo serviço já havia sido apedrejado dez dias antes. Diante da situação, empresas de ônibus monitoram a frota em tempo real.