Seminário discute desafios da leitura na era digital

Objetivo é estimular reflexão sobre práticas de ler no atual cenário

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Nos dias 29 e 30 de maio (quinta e sexta-feira), a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil (BPIJ), em parceria com o Instituto Lumiar, realiza o 15º Seminário Beagalê. Desde a criação em 2007, o evento se consolidou como um espaço de encontro e debate sobre leitura, literatura, livros e bibliotecas.

Nesta edição, o tema central será "Entre páginas e desafios: leitura em tempos de desatenção". Ao longo de dois dias, especialistas das áreas de literatura, educação, pedagogia e ciência da informação conduzirão mesas redondas, uma conferência e oficinas. O objetivo é estimular a reflexão sobre as práticas leitoras no cenário contemporâneo, marcado pela superexposição à tecnologia digital. A programação acontecerá na Rua Espírito Santo, 605, 7º andar, Centro. As inscrições para participação na programação são gratuitas e podem ser feitas pelo Portal da PBH.

A cada ano, nas diversas partes do mundo, o acesso às plataformas e tecnologias digitais começa mais cedo entre as crianças. No Brasil, segundo pesquisa do IBGE - Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estatísticas, em 2023, 87,6% das pessoas de 10 anos ou mais já tinham telefone móvel celular para uso pessoal. Outro dado que chama a atenção: os brasileiros passam aproximadamente 16 horas do dia acordados. Mais da metade desse tempo é destinado ao uso de smartphones e computadores. O levantamento é da plataforma Electronics Hub - site de informações eletrônicas, a partir da pesquisa Digital 2023: Global Overview Report da DataReportal, que considerou 45 nações. Ainda de acordo com a pesquisa, depois da África do Sul, o Brasil é o segundo país com mais pessoas em frente a uma tela.

Para a secretária municipal de Cultura e presidente interina da Fundação Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, a tecnologia não deve ser encarada como vilã, mas sim como uma ferramenta poderosa ao nosso alcance, desde que utilizada de forma consciente e equilibrada. "Essa imersão digital desmedida tem deixado marcas sociais profundas no comportamento individual e no tecido das relações humanas", disse Eliane Parreiras, da Fundação Municipal de Cultura.