Por: Rafael Lima

Vitória Gabrielly: O fim do crime que ganhou repercussão nacional

Vitória Gabrielly foi sequestrada por engano, segundo as investigações | Foto: Arquivo Pessoal

Último réu é condenado a 36 anos; caso aconteceu em Araçariguama (SP)

O fim da tarde desta quarta-feira (20) foi marcado pelo desfecho da triste  história da menina Vitória Gabrielly, que, com apenas 12 anos, foi sequestrada e morta em Araçariguama (SP), enquanto andava de patins próximo ao Ginásio dos Campeões, no bairro Jardim Brasil, em 2018.

Seis anos depois do crime que chocou todo o país, o acusado de ter sido o mandante da cobrança de dívida que ocasionou na morte da menina, Odilan Alves, foi condenado a 36 anos e três meses de prisão, por homicídio - com quatro qualificadoras: motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e crime cometido para assegurar ocultação do sequestro anterior -, sequestro e ocultação de cadáver. O júri popular teve início por volta das 9h30, no Fórum de São Roque (SP).

Conforme as informações, oito testemunhas foram convocadas para depor, sendo cinco de acusação e três de defesa. O julgamento foi presidido pelo juiz Flávio Roberto de Carvalho e a pena deve ser cumprida em regime inicial fechado. Cabe recurso.

Odilan, que já cumpre 25 anos de prisão por tráfico de drogas, associação criminosa, posse de arma e munição, foi o quarto e último réu julgado por envolvimento ao assassinato de Vitória. Outras três pessoas, sendo elas: Júlio Erguesse e o casal Bruno Oliveira e Mayara Abrantes, já foram condenados por participarem do crime.

Relembre o caso

Vitória Gabrielly desapareceu no dia 8 de junho de 2018, após sair de casa para andar de patins próximo ao Ginásio dos Campeões. Seu corpo foi encontrado, em uma estrada de terra no bairro Caxambu, oito dias depois do registro do Boletim de Ocorrência sobre o seu desaparecimento. Na época, os policiais encontraram o corpo da vítima, após denúncia pelo 190, em uma trilha a cerca de 15 metros de distância da estrada.

 

Macaque in the trees
A vítima havia saído na rua para andar de patins | Foto: Reprodução

A adolescente, segundo as informações, estava com os pés e mãos atados e o corpo amarrado em uma árvore. Os patins que Vitória utilizava foram localizados ainda no local.

Com os desdobramentos das investigações, três pessoas foram presas. O primeiro a ser julgado foi Júlio César, em outubro de 2019. Material genético da vítima foi encontrado nas unhas dele. Ele chegou a ser condenado a 34 anos de prisão, mas, após recurso da defesa, em segunda instância, o Tribunal de Justiça diminuiu a pena para 23 anos e quatro meses. 

Ainda em 2019, até antes do julgamento de Júlio, Odilan Alves foi preso quando era investigado por comandar o tráfico na região de Araçariguama. Na época, aos investigadores da Delegacia de Araçariguama, ele confessou o comando da venda de drogas no Jardim Brasil, mas negou envolvimento no crime.

O casal Bruno Oliveira e Mayara foram julgados somente em 2021. De acordo com a sentença do juiz Flávio Roberto de Carvalho, ambos foram condenados a 36 anos de prisão. Os dois, conforme as informações da Polícia Civil na época, teriam cumprido ordens de Odilan ao sequestrar e matar Vitória. Porém, o que tudo indicava era que Vitória havia sido confundida, pois o casal teria que localizar a irmã de um rapaz que devia ao traficante. 

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