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S20, braço científico do G20, tem início no Rio

Evento será transmitido nas redes sociais da Associação Científica Brasileira | Foto: Divulgação

Assim como o G20, presidido pelo Brasil neste ano, o S20 (Science20) também ocorrerá por aqui e buscará apontar recomendações e ações para os líderes mundiais das maiores economias do mundo. O S20 surgiu em 2017, sendo um grupo de engajamento ligado ao G20 relativamente recente, em comparação ao próprio G20, que é de 1999. Trata-se da união das 19 academias nacionais de ciências dos países com maiores PIB e a representação científica da comunidade europeia.

Enquanto a discussão em outras instâncias do G20 acaba tendo maior foco em economia e desenvolvimento, o negócio do S20 é a ciência. Não que sejam discussões distantes. "Tudo isso é dependente de ciência", diz Helena Nader, presidente da ABC. O Brasil será a oitava casa das reuniões do S20, que já passaram por Alemanha, Argentina, Japão, Arábia Saudita, Itália, Indonésia e Índia. Nader já é basicamente uma veterana no evento.

A edição no Rio de Janeiro será a quinta da qual ela participará. A diferença é que nesta será a sherpa — uma espécie de líder geral. Segundo Nader, as diversas reuniões que compõem o S20 — a abertura e divisão de trabalhos ocorrerão nesta segunda (11) e terça (12) — buscam apontar para o que todas essas academias científicas propõem como relevante para todo o mundo, inclusive para países de fora do G20.

A edição de 2024 do S20 tem como lema "Ciência para a transformação mundial" e se debruçará sobre cinco eixos temáticos centrais: bioeconomia, desafios da saúde, inteligência artificial, justiça social, processo de transição energética. Nader reforça a importância de olhar para todos esses temas sem deixar de lado o aspecto social. "Estamos falando de bioeconomia. Todo mundo sabe o que é, mas ela precisa estar olhando o social. A bioeconomia não pode estar desvinculada do território, assim como a transição energética. Se olhar só o econômico e não olhar o social, não vai dar certo", afirma a sherpa. As reuniões, assim como ocorre com o G20, vão se espalhar pelo ano.

De acordo com Nader, o Brasil, como sede do S20, chega sem a pretensão de empurrar um documento final pronto para as outras nações, uma estratégia de liderança que já trouxe problemas, por exemplo, na edição da Índia. "Os países não queriam assinar o documento", afirma. A ideia é construir um documento que reflita o que pensam todos os atores presentes. Basicamente, ao final do S20, é elaborado um documento detalhado que é compartilhado entre as academias.

Esse documento maior gera um menor e as indicações que são encaminhadas para o G20.

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