Fiesp aponta que 65% das indústrias paulistas já reservaram recursos para o 13º
A maioria das indústrias paulistas já se preparou para o pagamento do 13º salário neste fim de ano. Segundo a pesquisa Rumos da Indústria Paulista, realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) entre 3 e 14 de novembro com 336 empresas do setor de transformação, 65% das companhias afirmam ter reservado antecipadamente os recursos necessários para o pagamento do benefício.
O levantamento indica que a prática segue a tendência dos últimos anos, marcada pelo uso predominante de capital próprio. Entre as empresas que não pretendem recorrer ao crédito, 79,7% declaram utilizar recursos internos para quitar o 13º salário. Já 11,9% das indústrias planejam contratar financiamento bancário — proporção ligeiramente acima da registrada em levantamentos anteriores. Para esse grupo, o valor médio financiado deve corresponder a 76,1% da folha referente ao benefício.
Apesar da busca maior por crédito, as condições não têm sido favoráveis. De acordo com a pesquisa, a maior parte das empresas relata que os financiamentos estão mais caros ou muito mais caros do que em 2024. Para 65% das indústrias, entretanto, o prazo de pagamento permanece o mesmo do ano passado.
Vendas e pedidos devem enfraquecer
no fim de 2025
O estudo também avaliou o comportamento dos pedidos no período que antecede o fim de ano. Para 44,9% das empresas, o ritmo de encomendas se manteve semelhante ao de 2024, enquanto 35,7% relatam atrasos, percentual superior ao registrado na edição anterior da pesquisa.
A expectativa para o desempenho comercial também é de desaceleração. Segundo o levantamento, 43,5% das indústrias projetam queda nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Outras 35,4% esperam estabilidade e 21,1% preveem crescimento. Em média, o setor estima uma retração de 6,3% no volume comercializado neste fim de ano. A Fiesp destaca que o resultado reflete um ambiente de negócios marcado pela combinação de demanda interna enfraquecida, custos de produção elevados e acesso mais caro ao crédito. Esses fatores, segundo a entidade, têm levado empresas a adotar posturas mais conservadoras na gestão de estoques, no planejamento de investimentos e no ritmo de produção para o último trimestre do ano. Para a federação, o cenário exige atenção, já que o desempenho de fim de ano costuma ser decisivo para a saúde financeira de grande parte das indústrias.
