Ibama penaliza Sorocaba por recinto irregular e maus-tratos a elefante Sandro
Foi aplicada multa diária no valor de R$ 1,1 mil ao zoológico
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autuou a Prefeitura de Sorocaba por manter o elefante Sandro em um recinto com diversas irregularidades no Zoológico Municipal Quinzinho de Barros. A vistoria ocorreu em 17 de setembro, mas só foi divulgada nesta segunda-feira (1º). A autuação enquadra a situação como maus-tratos e determina multa diária de R$ 1,1 mil até que o espaço seja adequado ou o animal seja transferido. O caso também foi enviado ao Ministério Público para apuração na esfera criminal. O mamífero é alvo de uma disputa judicial sobre sua mudança para o Santuário de Elefantes Brasil (SEB), no Mato Grosso, ou sua permanência no interior paulista.
Irregularidades
Segundo o Ibama, o espaço onde Sandro vive não atende à Instrução Normativa 07/2015, que define requisitos mínimos para manter fauna silvestre em cativeiro. Entre os problemas apontados estão a altura do teto abaixo dos 6 metros exigidos, o tanque com menos de 2 metros de profundidade e a falta de áreas sombreadas. O órgão informou que, ao não garantir condições básicas de bem-estar, a prefeitura foi autuada conforme o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais, com multa diária desde o recebimento da notificação até o cumprimento das normas ou a transferência do animal. O município tem 20 dias para apresentar defesa ou aderir às alternativas previstas.
Transferência
A situação de Sandro é discutida na Justiça por um longo tempo. Em abril de 2022, a liminar que pedia sua ida ao SEB foi negada, com o Ministério Público avaliando que o transporte poderia representar riscos devido à idade avançada do animal e que ele estava em condições adequadas no zoológico. Em 2025, o tema voltou a ser analisado em ação civil pública, e o Tribunal de Justiça de São Paulo solicitou nova perícia sobre seu estado de saúde. Sandro tem 53 anos e é o único elefante asiático macho no país.
A Justiça determinou sua transferência para o santuário, condicionada a planejamento técnico detalhado, com diretrizes logísticas e exigências veterinárias. Entre elas, presença de profissional especializado durante o trajeto, uso de medicamentos, alimentação e hidratação adequadas, aclimatação ao contêiner, monitoramento clínico contínuo, paradas pré-definidas e documentação de procedimentos.
