2026 será crítico para Unicamp em termos financeiros
Para cobrir as despesas em 2026, a Unicamp usará a poupança da universidade porque as receitas previstas não cobrirão as despesas da instituição.
O orçamento aprovado para o ano que vem dá conta de R$ 5,204 bilhões de entradas, ao todo. Já as contas, são da ordem de R$ 5,20 bilhões. Representam a soma dos R$ 4,86 bi para o exercício de 2026, mais R$340,7 milhões em dívidas passadas. Por conta disso, a universidade terá que utilizar R$ 890,8 milhões da reserva estratégica.
“O ano de 2026 será crítico e vai exigir um acompanhamento criterioso das receitas e despesas. A previsão tem que ser realista”, afirma o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário (PRDU), Fernando Sarti.
A principal fonte de recursos é o repasse de ICMS por parte do governo de São Paulo. A quota-parte da universidade para o ano que vem é de R$4,108 bilhões, um aumento nominal de 2,87%.
Mas, “a arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) paulista tem crescido menos do que o esperado e tem ficado abaixo do desempenho nacional”, pontua Sarti, referindo-se à ampliação das desonerações tributárias no estado.
Além dos repasses do Palácio dos Bandeirantes, a Unicamp prevê R$205,3 milhões em receitas próprias.
De acordo com o coordenador-geral da Unicamp, Fernando Coelho, mesmo com a diminuição de recursos, não há retrocesso na universidade. “Há uma crise que não podemos controlar, não é a primeira vez nem será a última. O importante é que houve a manutenção dos programas de permanência estudantil, o único, aliás, que teve aumento”, destacou.
O coordenador refere-se a programas de permanência e assistência estudantil de R$211 milhões, correspondentes a 24,5% do orçamento. O valor abrange bolsas sociais, reajustadas em 5,5%, além da ampliação de bolsas de moradia e auxílio-social e manutenção de auxílios de transporte, por exemplo.
Com recursos humanos, são destinados R$4 bilhões, sendo R$813,9 milhões para o pagamento de aposentados e pensionistas; R$109,7 milhões para a contratação de docentes e novos servidores; e R$174,8 milhões, para encargos trabalhistas de decisões judiciais.
O orçamento prevê ainda R$977,9 milhões para a área assistencial da saúde, que responde por quase um quarto dos recursos da universidade; R$134,7 milhões para projetos especiais, incluindo bolsas de pós-doutorado, programas de pesquisa, obras e manutenção de infraestrutura, e R$291 milhões em contratos de serviços.
Ainda de acordo com o orçamento, R$44,7 milhões serão para a continuidade da troca do telhado de prédios modulares, conhecidos como “Pinotinhos”.
Na primeira fase, concluída em 2022, foram substituídos 42 conjuntos de telhados. O próximo passo é trocar mais 42 conjuntos – totalizando 84 asas –, distribuídos por 74 edifícios.