Equipe da Unicamp é campeã nacional na Maratona de Programação 2025

Por Redação

Arthur Lobo, Enzo Pontes e Leonardo Nascimento (camisa laranja) e Naim Naim Shaikhzadeh Santos (blusa cinza) durante premiação da Maratona de Programação

Uma equipe do Instituto de Computação (IC) da Unicamp conquistou o título de campeã nacional na Final Brasileira da 30ª Maratona de Programação, competindo contra 64 outras equipes. O resultado garantiu a classificação para a Final Latino-Americana, que será realizada em Santiago (Chile), em março de 2026.

O IC foi representado por três equipes. A equipe campeã, chamada “Naim continua dentro de nós”, é composta pelos alunos Leonardo Nascimento, Enzo Pontes e Arthur Lobo, orientados pelo técnico Naim Shaikhzadeh Santos e pelo docente Fábio Luiz Usberti. A equipe também foi reconhecida como o melhor time da América Latina.

Outro grupo recebeu medalha de prata, composto por Marcos Cordeiro, Pedro Ferreira e Yvens Porto. As alunas Luana Lima, Ana Margarida Borges e Gabriela Taniguchi também competiram com o time “Chega de sdds”.

A Final Brasileira, realizada em São Paulo, no início de novembro, é uma das etapas das competições oficiais promovidas pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), dentro da temporada 2025/2026.

O time vencedor, que se prepara para a próxima etapa no Chile, acredita que tem boas chances de se classificar para a Fase Mundial. Além de estudos individuais, os estudantes realizam semanalmente exercícios de simulação da maratona.

Segundo informações da SBC, esta é a quinta vez que a Unicamp é a campeã da Maratona de Programação nacional. A Universidade já esteve em 22 finais brasileiras, com 14 medalhas de ouro, 10 de prata e 16 de bronze. Além disso, já participou de 17 finais mundiais e duas finais latino-americanas, ganhando 2 medalhas de ouro e uma de bronze.

Soluções criativas e ágeis

A competição teve duração de cinco horas, e os competidores precisavam resolver uma lista de 12 problemas usando diferentes linguagens de programação. Para compor o ranking, a pontuação das equipes é baseada na quantidade de problemas resolvidos. O desempate acontece por meio do tempo utilizado para as soluções e de penalidades (solução errada ou tempo limite excedido).

O trio vencedor conseguiu resolver 10 dos 12 problemas. “Um exemplo [de problema] é imaginar algo como o Google Maps: precisamos criar um algoritmo que fala qual é o menor caminho de um ponto A para um ponto B. Mas esse algoritmo também precisa ser rápido e tem que rodar, independente do mapa, em menos de um segundo”, explicou Lobo.

Os estudantes tinham que se revezar no uso de um computador para escrever os códigos. Para Nascimento, a gestão da equipe e do tempo foram os principais desafios.

Time veterano

Esta não é a primeira competição, nem a primeira premiação, do trio e do técnico. É o terceiro ano consecutivo que Santos, de 23 anos, aluno de Engenharia da Computação, atua como coach e apoia a equipe com sua experiência. Ele competiu em 2020 e em 2022, foi juiz em 2021 e coach entre 2023 e 2025. Nesta função, o jovem participou da seleção dos times na Maratona Interna da Unicamp e na etapa sub-regional, em Campinas e região. O técnico destacou que a equipe vencedora é veterana em competições – todos ingressaram na Unicamp por meio do edital de Vagas Olímpicas.

Pontes, de 22 anos, natural de Fortaleza (Ceará), é aluno do quarto ano do curso de Engenharia de Computação e recebeu medalhas de ouro em olimpíadas de matemática durante o ensino fundamental e médio. Na área da programação, seus primeiros pódios foram a medalha de bronze na Maratona de Programação Nacional (2023) e na Final Americana em Guadalajara, no México (2024). Sua motivação se origina no interesse pela resolução de problemas. Contudo, o jovem destacou que essa experiência também tem proporcionado oportunidades no mercado de trabalho.

Lobo, de 20 anos, também de Fortaleza (CE), ingressou este ano no curso de Ciência da Computação e já celebra a vitória na competição. Apesar de calouro no ensino superior, acumula experiência em competições olímpicas na área de informática no ensino fundamental e médio – com três participações, duas medalhas de ouro na Olimpíada Iberoamericana de Informática e duas de bronze na Olimpíada Internacional. “Sempre gostei de competir, era o que me dava vontade de estudar”, disse.

Já Nascimento, de 20 anos, é natural da capital paulista e também experiente em competições de informática, tendo conquistado medalha de prata no ensino médio. “Foi uma das primeiras coisas a que realmente me dediquei”. O aluno está no terceiro ano da graduação em Ciência da Computação e considera o principal atrativo da Maratona a sensação de evolução pessoal a partir do exercício da criatividade e da lógica, bem como o aprimoramento da comunicação interpessoal por meio do trabalho em equipe.