PM fecha base da polícia em Campinas alegando ser melhor para segurança pública

Segundo o governo de SP, encerramento "foi proposto pela própria comunidade e aprovado no Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) local"

Por Raquel Valli

Base da PM no Aurélia sendo desativada

Moradores do distrito do Campo Grande, em Campinas (SP), reclamaram ao Correio da Manhã da desativação da Base Comunitária da PM no Jardim Aurélia, em frente ao Supermercado Enxuto.

Um desses moradores é Isaac Martins da Silva, que mora no distrito há 46 anos. “A base permanecia 24 horas aberta, com a viatura e os policiais, mas, infelizmente, estão fazendo a demolição”, declara. “Eu mesmo já a utilizei no fruto de um veículo que eu tive. Fiz um boletim de ocorrência há muitos anos. É uma grande perda, porque, ao invés de implantarem mais bases, fecharam a que tinha. É uma judiação”.

Mas, de acordo com informações fornecidas pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) - quem responde pela PM paulista - o encerramento das atividades da base “foi proposto pela própria comunidade e aprovado no Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) local”.

Entretanto, a moradora Joara Silva, que mora há 15 anos no distrito, afirma: “eu queria saber quem são esses moradores, que pediram pra fechar a base. Não sei disso aqui, não. Nunca vi isso”.

Ainda segundo a SSP-SP, a decisão pelo fechamento “tem como objetivo otimizar recursos e ampliar a presença policial, que agora deixa de ficar apenas em um ponto fixo e passa a ser distribuída de maneira mais ágil e estratégica. Para isso, duas equipes serão destinadas para atuar diretamente no Programa Vizinhança Solidária e prestar apoio ao Conseg, aproximando a PM da comunidade e fortalecendo as ações preventivas”.

Para Isaac, a sensação de insegurança já cresceu. “A gente tem percebido muita falta de viatura, né? Antigamente, tinha muito. Elas passavam nos bairros… Aqui tem o (Cidade) Satélite ìris 2, o 3, por exemplo, e tem muita entrega de comida, e o pessoal reclama muito de roubo de celular. Então, tá nesse pé a coisa, aí. A segurança da nossa região é insegurança, né?”.