Aneel amplia fiscalização da Enel e cria comitê em SP

Empresa é alvo de um processo que pode resultar na cassação do contrato de concessão

Por Da Redação

Prédio na Av. Senador Queirós, no centro de São Paulo, funciona através de gerador "fornecido" pela Enel. Na tarde deste domingo (14).

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu reforçar a fiscalização sobre a Enel em São Paulo após novos apagões registrados na área de concessão da distribuidora. A medida prevê o aumento do número de servidores dedicados ao acompanhamento das operações da empresa e será oficializada por meio de portaria a ser publicada ainda hoje. Além disso, a agência reguladora anunciou a criação de um comitê interno de crise para coordenar e integrar as ações em andamento contra a concessionária.

A Enel é alvo de um processo que pode resultar na cassação do contrato de concessão, mas o julgamento está suspenso devido a um pedido de vista válido até fevereiro. Com os recentes problemas no fornecimento de energia, cresceu a pressão para que a Aneel antecipe a retomada da análise, o que pode levar à abertura de um processo de caducidade do contrato.

Em reunião extraordinária da diretoria, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, destacou que a Enel já recebeu a maior multa aplicada pela agência, no valor de R$ 165,8 milhões, em razão de falhas ocorridas em 2023. A penalidade, porém, foi suspensa por decisão judicial. Após os cortes de energia registrados em 2024, a área técnica da Aneel elaborou um relatório apontando falhas e transgressões da empresa, etapa considerada prévia a um eventual processo de caducidade.

As declarações ocorrem em meio a críticas à Enel e à própria Aneel pela demora na adoção de medidas mais severas. O Ministério de Minas e Energia voltou a solicitar que a agência avance com o processo de cassação da concessão. Feitosa afirmou que a Aneel atua dentro de suas competências e ressaltou a necessidade de coordenação entre empresas, reguladores e o poder público para enfrentar crises desse porte e reduzir os impactos aos consumidores.