Pará reforça liderança nacional em agropecuária

Em 2024, o estado exportou 160,5 mil toneladas de carnes

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O estado do Pará tem se destacado no cenário agropecuário nacional. Dados do Boletim Agropecuário Paraense 2025, divulgado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), apontam resultados expressivos do setor e confirmam o fortalecimento do campo como um dos principais motores da economia estadual, com avanços na pecuária bovina e bubalina, na aquicultura, na produção agrícola e no desempenho das exportações.

Segundo os dados divulgados, o Pará consolidou-se como o segundo maior produtor de bovinos do país, com um rebanho de 25,6 milhões de cabeças em 2024, o equivalente a 10,7% do total nacional. Em um cenário de retração geral no Brasil, o estado teve um crescimento de 2,1%, impulsionado pela expansão da fronteira pecuária e a presença de grandes polos produtivos.

Na criação de búfalos, o Pará manteve a liderança nacional, concentrando 42,9% do rebanho brasileiro, com 775,1 mil cabeças, majoritariamente localizadas no arquipélago do Marajó. O município de Chaves se destacou como maior produtor do país.

Já o setor aquícola também apresentou crescimento expressivo. A produção triplicou entre 2013 e 2024, atingindo 16,7 mil toneladas. O Pará manteve um ritmo de crescimento acima da média nacional, com destaque para o cultivo do tambaqui, responsável por cerca de 60% da produção estadual.

Mesmo com apenas 1% da área agricultável do país, a agricultura gerou R$ 35,9 bilhões em valor de produção em 2024, um crescimento médio de 8% ao ano desde 2000. Com isso, o estado saltou da 17ª para a 8ª posição no ranking nacional de valor da produção agrícola, aumentando sua participação de 2,4% para 4,6%.

Na lavoura permanente, o valor total chegou a R$ 20,6 bilhões em 2024, um aumento de 39,7% em relação ao ano anterior. Cinco culturas responderam por aproximadamente 95% do valor total: cacau (37,4%), açaí (36,1%), dendê (10,8%), pimenta-do-reino (6,1%) e banana (5,2%). Os destaques foram o salto do cacau, com crescimento de 259,3%, e da pimenta-do-reino, com 147,4% de aumento em valor.

Já a lavoura temporária somou R$ 15,3 bilhões, com leve retração de -2,9%. A soja liderou com R$ 7,2 bilhões (47,7%), seguida pela mandioca, com R$ 4,7 bilhões (30,3%). Houve queda expressiva no valor do milho, de -25,9%. A produção está concentrada: 10 municípios respondem por mais da metade do valor da lavoura temporária, com Paragominas na liderança, representando 11,9% do total.

Quatro municípios do Pará se destacam na produção de bovinos: São Félix do Xingu, Marabá, Novo Repartimento e Altamira. São Félix do Xingu lidera o ranking nacional, com 2,5 milhões de cabeças (1,1% do rebanho brasileiro). Altamira e o próprio São Félix apresentaram crescimento em 2024, enquanto Marabá e Novo Repartimento registraram leve retração.

A agropecuária ocupa 18,4% do território paraense. Ano passado, o estado exportou 160,5 mil toneladas de carnes, um aumento de 51,1% em relação ao ano de 2023.